Fotos manifestaçom Galiza nom se vende

Fotos manifestaçom Galiza nom se vende


A Gentalha participou este passado domingo na manifestaçom de Galiza nom se vende, em contra da destruiçom do território, com faixa na defesa das Branhas do Sar. Ai vam as fotos e um texto elaborado pola comissom de meio sobre esta problemática.

NOM AO PLANO ESPECIAL DAS BRANHAS DO SAR!!
Umha primeira consideraçom deve fazer-se antes de analisar polo miúdo a actuaçom urbanística da Cámara municipal nas Branhas do Sar. As motivaçons desta nom som nem ?humanizar? as Branhas, nem dotar de novos equipamentos a cidade, nem recuperar um espaço ?abandonado?. A motivaçom real desta actuaçom vem assim expressada sem rubor no Documento de início do Plano Especial de Ordenación, Protección, Mellora Ambiental e Acondicionamento das Brañas do Sar elaborado polo Consorcio de Santiago em Junho do passado ano:

?A implantación no Monte Gaiás do complexo dotacional e do parque ambiental
da Cidade da Cultura demanda da revisión do Plan Xeral unha resposta máis activa de
integración das Brañas na cidade evitando a súa marxinalización. A partir das implantacións públicas xa previstas, e da implantación do parque da Cidade da Cultura cabe plantear unha estratexia de progresiva adquisición do sistema ambiental das Brañas??

É dizer, a integraçom das Branhas na cidade vem exigida pola presença da Cidade da Cultura; ésta apresenta um problema (além de ser um buraco negro dos orçamentos de cultura da Galiza e de nom ter utilidade definida): está a vários quilómetros do núcleo urbano, polo que o deslocamento até ela constitue umha dificuldade, à que lhe há que somar que o arquitecto esqueceu incluir no desenho um estacionamento (fazia feio, supomos).

Imaginativas soluçons fôrom-se sucedendo no tempo, entre as que destaca a proposta do teleférico entre a praça do matadoiro e o Gaiás do alcalde Bugalho. A todo este despropósito uniuse-lhe este Plano especial, que persegue deslocar Compostela face o Gaiás, ?integrando-o? nela. Infelizmente, o espaço entre ambos é um ecossistema de grande valor ambiental: as Branhas do Sar.

Portanto, os equipamentos, edificaçons e viais projectados para as Branhas som a primeira pedra dumha expansom da cidade que será tremendamente lesiva para o ecossistema e as actividades humanas ligadas a este espaço. Rejeitar o projecto das Branhas é, antes que nada, reclamar a fim desta espiral de despropósitos que tem como origem a construçom do mausoleu do fascista Fraga.

Mas analisemos o que este projecto supom em concreto para as Branhas:

A natureza hidráulica do espaço das Branhas do Sar implica que a sua extensom é muito maior que a recolhida no Plano Geral do Concelho, porquanto devem ter-se em conta as escorrentias de águas provenientes de Belvís, Zona Velha e Fontinhas. Este aspecto nom se soluciona no Plano Especial das Branhas, polo que a recuperaçom da funçom de regulaçom hidráulica deste espaço fica anulada. Em realidade, estas escorrentias som canalizadas à depuradora ou, no melhor dos casos (onde existe separaçom de pluviais) a um tanque de tormentas e posteriormente ao rio. No primeiro dos casos o custo ambiental é evidente (e mais tendo em conta a limitada capacidade de tratamento da depuradora de Silvouta). O segundo implica um modelo de contruçom de infraestruturas para a realizaçom de funçons que as Branhas já realizava de maneira natural.

Os equipamentos desportivos existentes na zona norte das Branhas (Multiusos do Sar, Piscina...) anulam a escorrentia de Fontinhas. O tanque de tormentas nessa zona foi recentemente construído para laminar a escorrentia do saneamento de pluviais. Ainda assim, as variaçons do caudal do rio seguem a ser demasiado bruscas tendo em conta que se realizam num só ponto do mesmo e estas variaçons da velocidade da auga implicam a inexistência de fauna e flora próprias do ecossistema. A canalizaçom do rio neste tramo é mais um sinal do modelo do Concelho: as Branhas como um espaço de recreio a costa de anular o ecossistema e as actividades humanas tradicionalmente ligadas ao território.

De facto, a margem esquerda do Sar (ao longo da falda do Gaiás) mantém actividades agrícolas, em parte minguadas pola presença do Multiusos e especialmente polo seu estacionamento. Umha intervençom minimamente responsável deveria começar pola recuperaçom dessa zona de estacionamento.

Nessa mesma zona, mais face a estrada de Sar, está prevista a construçom de novos equipamentos Universitários (5250 m2, 10 metros de altura máxima), que eliminarám mais umha parte de zona de hortas. Nom nos explicamos como pode a Cámara Municipal casar esta reduçom de espaços agrícolas com a ?posta en valor e reuso dos elementos característicos do río Sar e o seu contorno? dos que fala no Plano Especial. De igual modo, o novo vial que separa esta zona eivam a funçom produtiva das Branhas.

Na margem direita do Sar, a carom da avenida de Lugo, prevê-se a ampliaçom da estaçom de comboios para construir a estaçom intermodal do AVE. Por todas e todos e conhecida a posiçom da Gentalha a respeito desta infraestrutura; nom há muito que figemos um roteiro desde Ponte Ulha a Rivadulha, onde observamos o impacto brutal das obras do AVE no território, e no que denunciamos o carácter elitista, insustentável e desvertebrador que este comboio tem para a Galiza. Em Compostela, a nova estaçom aprofundará ainda mais na incomunicaçom entre as Branhas e Belvís, além de encher um bom pedaço de terreno das Branhas.

Umha outra intervençom é a de criar umha zona desportiva arredor do campo de futebol ao pé da avenida de Lugo. 58.270 m2 mais dos já existentes, e que já estám em construçom, mediante um recheio que interrompe a comunicaçom ao longo da margem direita do Sar. É curioso que a Secretaria Xeral de Calidade e Avaliación Ambiental, na sua decisom do 23 de setembro de 2009, considere que nom fai falta um Informe de Impacto Ambiental para este Plano, apesar das alegaçons de organizaçons ecologistas como Verdegaia e instituiçons como Augas de Galicia.

Mas nom há Plano Especial que se précie sem o seu apartado de Edificaçom. Desta volta, a excusa é a necessidade de ?gerar umha fachada urbana na Rua Picanhos?. Para isto, o plano prevé um vial que atravessa as Branhas de Ponte Pedrinha às Fontinhas e que está em parte construido. Mais umha barreira para este terreno, que anula ademais os caminhos tradicionais da zona de Picanhos. As novas edificaçons significarám mais recheios e umha divisom do espaço das Branhas em terrenos isolados se utilidade que, evidentemente, se abandonarám para que dentro de dez anos o Concelho os venha ?adecentar? ou ?ordenar?.

A estratégia do Concelho é clara: as Branhas estám ?abandonadas? (o progresso tem estas cousas), e precisa dum Plano que as ?ordene?. O argumento que utilizam é simples: ?e o bonito que o vamos deixar??. Mas entre a sua retórica conservacionista (posta em valor dos elementos característicos, recuperaçom e saneamento integral do rio, acondicionamento da vegetaçom e preservaçom das características ambientais do contorno...) vam-se cargar mais de 70.000 m2 dum espaço natural único na cidade, aprofundando na perda das suas funçons biológicas, hidráulicas e produtivas. Isto é só o começo da urbanizaçom das Branhas. E todo para justificar o infame projecto da Cidade da Cultura.

Escrito em 23-03-2010, na categoria: Comissons
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