07-12-12 ? O Facho
Dentro do ciclo de conferências organizado polo Facho intitulado ?Língua e Naçom?, e com a finalidade de ponderar a importância da Literatura na conformaçom do imaginário colectivo dos galegos. Nesta ocasiom o tema tratado foi ?Literatura e Ensino? sendo o relator convidado o professor de E. Secundário e coordenador do Arquivo Documental de Burela, Bernardo Penabade Rei.
O conferenciante encetou a sua palestra com duas anedotas. A primeira foi sobre a descoberta de um ?recordatorio? de primeira comunhão em galego nos anos setenta e do autor do seu texto. A grande surpresa obtida quando as indagações o conduz a um antigo Guarda Civil como o criador do mesmo. Na segunda mostrou ao auditório a experiência vivida junto a um dos seus alunos em Viveiro com a leitura dos ?Caminhos da vida? de O. Pedrayo. Como este rapaz que refugava da novela como o gato da auga, com umha leitura compartida, professor e aluno, das dez primeiras páginas levou a este último a engolir o resto com olhada ambiciosa.
Na sua exposiçom, o conferencista, defendeu que os Projectos de Leitura nos centros de Educaçom infantil e de ensino secundário deveram ser, ?realistas; flexíveis; progressivos; e ham de resultar operativos e deveram primar a qualidade na selecçom e tratamento das leituras?.
Aludindo aos critérios de flexibilidade e progressividade, diferenciou diversos tipos de obras de leitura: as ?de saída? ou ?iniciáticas?, as ?de tránsito? e as ?de chegada?. Entre as primeiras, as obras que estimulam o gosto pola leitura mencionou ?Un home xaceu aquí?, novela negra de Aníbal Malvar; e ?Fumareu?, de Xurxo Souto. Referindo-se ao actual Chefe de Programaçom da Radio Galega, Penabade referiu-se á importância da aproximaçom entre escritores e público e puxo como exemplo o dinamismo de Souto nos actos de lançamento dos livros: ?em Viveiro tocou o acordeom Manolo Maseda e cantou umhas repichocas; depois falou do libro e dedicou um a um os exemplares. A concorrência toda acabou cantando e batendo palmas. Foi um acto intenso, emotivo, desses que nem professores nem alunos esquecem?.
Trás citar numerosas obras ?de tránsito?, entre as que situou O Sol do verán, Carlos Casares, Scórpio, Carvalho Calero, e O lapis do Carpinteiro, Manuel Rivas; o relator centrou-se nas obras ?de chegada? ?aquelas que necessitam um maior reforço educativo durante o processo de leitura e que, umha vez superadas, já marcam a finalizaçom do processo de aprendizagem regrada. Entre estas citou Os Caminhos da Vida, Otero Pedraio e Por tras dos meus olhos, Nacho Taibo.
Para o relator, a literatura ademais de servir como fonte de conhecimento transversal, a literatura é um maravilhoso instrumento para reforçar as capacidades de compreensom e expressom; e, asseverou, a literatura e a leitura som magníficos instrumentos de integraçom de alunado com determinadas atitudes problemáticas.
Como conclusons finais, o relator mostrou a sua esperança en que o Projecto de Leitura sirva para levar a todas as aulas os obradoiros de animaçom à leitura: ?É o momento de que se assentem as estratégias de leitura compreensiva, dentro dos centros de ensino; de que se recupere a leitura en voz alta e a declamaçom. É absolutamente necessário que se recuperem as actividades orais e escritas de compressom e expressom, tomando como base as obras literárias?. A modo de desejo, seguindo o critério aplicado na matéria de Língua e Literatura Castelá, indicou que na matéria de Língua e Literatura Galegas se ofreza ao alumnado umha panorámica da dimensom internacional da Língua: ?O mesmo que en castelám existe atençom á literatura do continente americano, as aulas de Língua e Literatura som o lugar idóneo para introduzir no país, en ediçom original, obras do mundo da ?Galeguía? como: O Evangelho segundo Jesus Cristo, Saramago, A manhã submersa, Vergilio Ferreira, Emigrantes (Ferreira de Castro); Mayombe (Pepetela); O Alquimista (Paulo Coelho).
Por último, Bernardo Penabade mostrou-se favorável a um dobre reconhecimento entre escritores galegos. Segundo a sua opiniom, os foros literários deben aglutinar o património reintegracionista; a literatura feita por escritoras e escritores galegos, com idênticos dereitos e deveres; os reintegracionistas, pola sua parte, deben assumir a Literatura Galega como un produto genuíno do povo; como um tesouro colectivo. Neste sentido, destacou o bô labor realizado pola Associaçom de Escritores en Língua Galega (AELG) e pola Fundaçom Via Galego, que ??além de retoricismos protocolares- sabem aglutinar no seu seio representaçom plural de todas as tendências?.
Ao findar a palestra, houve um longo e interessante debate, ilustrado com múltiplas experiências vividas polas pessoas presentes no acto.
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Agrupaçom Cultural O Facho existe desde o ano 1963. Nasce da vontade conjunta de umha vintena de estudantes, trabalhadores e profissionais liberais d?A Corunha. A ideia é originaria dos daquela hora estudantes de bacharelato, Henrique Harguindey, André Salgueiro, e Xosé Luis Carneiro; respondendo ao seu chamamento posteriormente somárom-se entre outros: Eduardo Martínez, Henrique Iglesias, X. Alberte Corral, Xosé L. Rodríguez, etc... É a primeira agrupaçom de resistência cultural criada numha cidade do Pais polos seus cidadaos, já que O Galo é conformada por estudantes universitários de todo o Pais em Compostela, naquelas datas era a única cidade galega com Universidade.
O grupo nasceu cos sinais de identidade da resistência contra o franquismo e da defesa da plena valia da língua e da cultura galega. Existia unha claríssima vocaçom política do que se fazia precisamente porque essa era toda a actividade publica com repercussons políticas que se podia fazer. A defesa da cultura e a língua galega é a cerna do que-fazer d?O Facho, que passou de fazer cultura de resistência nos anos da longa noite de pedra a se constituir hoje numha autentica mostra de resistência da cultura.
Desde os primeiros momentos O Facho destaca-se com os seus cursos de língua com apoio de alguns exemplares da ?Gramática do idioma galego? de Manuel Lugrís Freire. Estes cursos tivérom umha importância mui grande na Corunha;. Daquela o galego nom se escrevia apenas e estava expulso da sociedade ?bem pensante?, nem sequer tinha secçom galego a faculdade de Filologia de Compostela. Umha das figuras fundamentais dos cursos foi D. Leandro Carré Alvarellos quem dirigiu esta actividade. Os ciclos dedicados á cultura galega, os encontros nos que se tratava economia e sociedade, os concursos literários. O seu grupo de teatro criado nas primeira datas de existência da Agrupaçom do quem eram responsáveis Manuel Lourenzo, e Francisco Pillado, foi dos pioneiros em representar obras no nosso idioma, tanto de autores galegos como de outras nacionalidades ( Brecht, Ionesco...).
Na actualidade, O Facho é consciente dos desafio culturais do século XXI. Agora há que tentar ver o significado que pode ter hoje o sermos galegos num mundo globalizado. A ideia básica é que sermos galegos agora implica ser dumha maneira concreta numha sociedade mundial. Entre as iniciativas mais recentes é a criaçom do Facho de Ouro, um prémio para reivindicar galegos, o que amossa a própria agrupaçom é unha cultura que resiste. d’A Corunha.
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