O neoliberalismo, inferno de Dante

O neoliberalismo, inferno de Dante

03-04-2008

Por José Alberte Corral Iglesias

No passado dia 5 de Março, o catedrático de Economia Aplicada da U.S.C., Xavier Vence Deza, interveu dentro do Ciclo, Economia e Historia da Galiza, organizado pola Agrupaçom Cultural O Facho. Compartilhou com os assistentes umha didáctica e amena exposiçom das suas reflexões sobre o fracasso do neoliberalismo, em particular no nosso País, Galiza.
No começo da sua exposiçom sublinhou como o termo neoliberalismo está desenhado para trabucar ideias; ao tentar identificar com a palavra ?liberalismo? de funda raizame progressista com a barbárie e despotismo do Grande Capital, negador este último de toda liberdade real. A deconstruçom deste discurso mostrara-nos abertamente que entre os seus piares se acham o de empobrecer ao conjunto dos trabalhadores, o saqueio dos bens sociais comuns em beneficio das oligarquias, entre muitos outros.
O neoliberalismo é um projecto planetário que a travesso de a mudança sistémica invólucra a totalidade económica e social do planeta. Caracteriza-se por um feixe de políticas que se poderia definir como ?Círculos de Dante?. Um primeiro circulo que contem em si as macro decisons de política económica que atinge ao conjunto dos Estados, criando um modelo de articulaçom do sistema mundial e das relaçons entre os países:
a) Globalizaçom informacional, b) Mercado global, c) Liberalizaçom comercial d) Liberalizaçom de serviços, e) Liberalizaçom financeira f) Imperialismo g) Ataques as identidades colectivas h) Negaçom da soberania.
No desenvolvimento deste círculo, o professor Vence mostrou como esta nova versom de capitalismo globalizado leva em si um neo-conservadurismo lindando com o fascismo que de novo nos conduz a situaçons do século XIX, ao rachar com todas as conquistas laborais conqueridas trás longas e dolorosas luitas obreiras. Só é preciso lembrar a situaçom mundial, com o abandono de toda legalidade internacional por parte da grande potência militar do planeta apoiada a sua vez com as grandes mentiras de constante difusom polos grandes ?mass media? em perfeita simbioses com as decisons políticas tomadas polas grandes oligarquias mundiais. Com umha grande precisom perfilou como a consolidaçom deste quase fascismo planetário está acompanhado com decisons dentro dos Estados satélites com políticas sistematizadas de ataque e desmantelamento do sector público, saqueando na pratica as rendas nom monetárias que eram percebidas polas classes populares.
Estas políticas domestico-estatais constituem o segundo grande Círculo infernal de Dante que se caracteriza pola intensidade e rapidez da interconexom a nível planetário fam que cada impulso do projecto neoliberal, cada confrotaçom, adquiram umha dimensom directamente global:
a) Contraposiçom do mercado económico com a sociedade, b) Regularizaçom, c) Privatizaçons, d) Ataques aos bens públicos, e) Reduçom, quando nom, a liquidaçom do Estado de bem-estar, f) Imperialismo do capital no eido económico, g) Democracia limitada ou sociedades eleitorais-referendais.
Só é preciso reflexionar sobre a inexistência da estabilidade laboral dentro do Estado Espanhol, estando os trabalhadores sujeitos à arbitrariedade dos patronos para ter ou nom ter rendas monetárias que lhes permitam viver. Com vem reparar como esta precariedade no emprego está junguida ao incremento da mortalidade laboral, de como a jornada laboral ampliou-se ao incrementar as horas extras que na sua maioria nom som retribuídas e aumentam a fadiga psíquica e física dos operários. Desde outra perspectiva podemos observar como nestes últimos trinta anos, graças as políticas favorecedoras da especulaçom urbanística constituírom-se as mais grandes fortunas do Estado, destruindo paisagens únicos e desaparecendo chao público; todo esto numha perfeita simbioses política-negocios. Esta é a outra cara do espelho da frase do ex-ministro Solchaga, que Espanha era o lugar na Europa onde se fazer rico em menos tempo.
Já findado a sua palestra, o doutor Vence Deza, perfilou o terceiro Círculo infernal de Dante; de como o mesmo nasce da vocaçom do neoliberalismo de artelhar todos os territórios, ainda que a sua concreçom nom seja uniforme e homogénea senom polo contrario se tenha que se adaptar às condiçons concretas de cada Estado. Poderíamos caracterizar este círculo como a urdime Neo-Con necessária para levar a cabo este modelo de sociedade precisa da construçom do universo ideológico que justifique a sua razom de ser diante mesmo dos sofredores da actual barbárie capitalista. Alguns dos elementos desta rede ideológica som:
a) Fundamentalismo, b) Irracionalismo, c) Militarismo, d) Imperialismo territorial, e) Autoritarismo, f) Mentira sistematizada, g) Controlo dos ?mass media?
No nosso caso concreto, na Galiza, estas políticas reflectem-se tanto nas taxas de paro como de ocupaçom; alcançando esta última o nível mais baixo da história no ano 1997, o 39,2%, em pleno esplendor ?fraghiano? o que é mostra do magro da nossa estrutura económica, o que nos obriga a pensar moi seriamente no enorme estrago de recursos humanos, nos problemas de exclusom social que estám implícitos, e na dificuldade que isto supom para se converter a Galiza num país competitivo. Galiza, graças as políticas neoliberais está em quebra, perde de continuo povoaçom activa, emprego; é dizer é um País em desfeita. No último quarto de século perdêrom-se 250.000 empregos, um 20% dos existentes, mentres que no resto do Estado se criarom 2 milhons de empregos netos. Cabe maior inépcia!.
O período ?Fragha?, dezasseis anos no governo da Comunidade, é a etapa mais negativa para o emprego em todo o século XX , agás a Guerra Civil. A economia galega praticamente nom cresceu e só nessa quinzena destruírom-se mais de 160.000 postos de trabalho, mentres que no resto do Estado houvo um incremento constante dos mesmos nesse ciclo. A desgraça da emigraçom constante e continuada nom é um castigo dos deuses senom consequência das decisons políticas tomadas, tanto polo Governo Central como polo Autonômico, construindo um País desestruturado, com autênticas subclasses que se reproduzem dentro da marginaçom, a vez que pom em perigo a maioria das conquistas sociais e mesmo as conquistas da civilizaçom.
Esta realidade mostra a incapacidade das classes dominantes galegas para dirigir a nossa sociedade.

O tempo fizo-se cativo para tam interessante exposiçom assim como para o posterior debate.

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Agrupaçom Cultural O Facho existe desde o ano 1963. Nasce da vontade conjunta de umha vintena de estudantes, trabalhadores e profissionais liberais d?A Corunha. A ideia é originaria dos daquela hora estudantes de bacharelato, Henrique Harguindey, André Salgueiro, e Xosé Luis Carneiro; respondendo ao seu chamamento posteriormente somárom-se entre outros: Eduardo Martínez, Henrique Iglesias, X. Alberte Corral, Xosé L. Rodríguez, etc... É a primeira agrupaçom de resistência cultural criada numha cidade do Pais polos seus cidadaos, já que O Galo é conformada por estudantes universitários de todo o Pais em Compostela, naquelas datas era a única cidade galega com Universidade. O grupo nasceu cos sinais de identidade da resistência contra o franquismo e da defesa da plena valia da língua e da cultura galega. Existia unha claríssima vocaçom política do que se fazia precisamente porque essa era toda a actividade publica com repercussons políticas que se podia fazer. A defesa da cultura e a língua galega é a cerna do que-fazer d?O Facho, que passou de fazer cultura de resistência nos anos da longa noite de pedra a se constituir hoje numha autentica mostra de resistência da cultura. Desde os primeiros momentos O Facho destaca-se com os seus cursos de língua com apoio de alguns exemplares da ?Gramática do idioma galego? de Manuel Lugrís Freire. Estes cursos tivérom umha importância mui grande na Corunha;. Daquela o galego nom se escrevia apenas e estava expulso da sociedade ?bem pensante?, nem sequer tinha secçom galego a faculdade de Filologia de Compostela. Umha das figuras fundamentais dos cursos foi D. Leandro Carré Alvarellos quem dirigiu esta actividade. Os ciclos dedicados á cultura galega, os encontros nos que se tratava economia e sociedade, os concursos literários. O seu grupo de teatro criado nas primeira datas de existência da Agrupaçom do quem eram responsáveis Manuel Lourenzo, e Francisco Pillado, foi dos pioneiros em representar obras no nosso idioma, tanto de autores galegos como de outras nacionalidades ( Brecht, Ionesco...). Na actualidade, O Facho é consciente dos desafio culturais do século XXI. Agora há que tentar ver o significado que pode ter hoje o sermos galegos num mundo globalizado. A ideia básica é que sermos galegos agora implica ser dumha maneira concreta numha sociedade mundial. Entre as iniciativas mais recentes é a criaçom do Facho de Ouro, um prémio para reivindicar galegos, o que amossa a própria agrupaçom é unha cultura que resiste. d’A Corunha.
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