Mais umha vez, a sala de conferências da fundaçom Caixagaliza encheu-se de pessoal com vontade por aprender e reflectir sobre a nossa cultura. Por volta de quarenta pessoas assistiam na passada terça-feira à conferência A desapariçom do Reino da Galiza na historiografia espanhola ministrada polo catedrático Anselmo Lopes Carreira.
O professor começou o seu relatório sublinhando o desconhecimento existente até há bem pouco da história do reino dos galegos e das galegas, tema que era considerado um autêntico tabu.
Porém, as enormes contradiçons entre os factos e a história oficial leccionada nas escolas dá nas vistas de qualquer mente minimamente crítica.
Assim, o erudito historiador denunciou que, a pesar dos avanços nas pesquisas historiográficas, no ensino se continua a falsear a história pois os conteúdos som estabelecidos por ministros e nom por historiadores. Daí que o reino da Galiza, primeiro reino da Europa ocidental após a queda do império romano seja hoje ignorado, apagado dos currículos, sem nengum pudor.
Lopes Carreira explicou que o que agora nengum historiador sério nega ?a existência do Reino da Galiza- já estava presente na historiografia galega decimonónica. ?Murguia, Viceto ou Lopes Ferreiro tenhem clara a sua existência?, contodo, o ermo nas pesquisas historiográficas que seguiu a estes estudiosos fijo com que tivéssemos que aguardar ao século XXI para reafirmar o que era umha evidência.
Segundo o doutor Lopes Carreira era impossível, ?algo realmente único na história da humanidade?, que o território galego, a vanguarda cultural da Europa ocidental na Idade Média, carecesse de umha estrutura jurídico-política. A Galiza foi o primeiro reino que cunhou moeda após o esfarelamento de Roma ?moedas que felizmente ainda se conservam-, tivo a edificaçom mais impressionante da Europa ocidental -a catedral de Santiago- e a sua língua era utilizada para a poesia e a música por toda Europa como hoje se utiliza o inglês.
O especialista em história medieval também dedicou uns minutos a explicar a tam distorcida imagem que nos chegou da Idade Média devido à necessidade que tivo a burguesia para justificar a nova ordem de cousas. ?A inquisiçom nom é da Idade Média se nom mais bem da Idade Moderna, o direito de ?pernada? nunca existiu e as condiçons de vida do campesinado galego eram, com certeza, muito melhores no século XII do que no XIX? afirmou. ?Todos estes tópicos deformadores nascêrom com a Revoluçom francesa? acrescentou.
Por último, o catedrático e doutor viguês sintetizou as razons polas que historiadores como Lafuente, Menéndez Pidal ou Sánchez Albornoz quigérom banir a Galiza e tentar substituí-la de forma fraudulenta por um suposto Reino de Astúrias ou de Leom que nunca existírom. ?Oviedo e Leom eram cidades de Gallaecia, do Reino da Galiza, pois as fronteiras deste nom se correspondem com a actual Galiza e menos com a Comunidade Autónoma Galega? explicou. ?Galiza apenas deixou de ser considerada Reino sobre o papel a partir de 1833, quando Javier de Burgos, ministro de Isabel II, impom a divisom provincial do Estado espanhol? assinalou.
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Conversa con Manuel Lourenzo, Premio Álvaro Cunqueiro de teatro 2009:
http://nosquedaportugal.blogspot.com/2009/11/conversa-con-manuel-lourenzo-1.html
E venres segunda parte da entrevista.
Agrupaçom Cultural O Facho existe desde o ano 1963. Nasce da vontade conjunta de umha vintena de estudantes, trabalhadores e profissionais liberais d?A Corunha. A ideia é originaria dos daquela hora estudantes de bacharelato, Henrique Harguindey, André Salgueiro, e Xosé Luis Carneiro; respondendo ao seu chamamento posteriormente somárom-se entre outros: Eduardo Martínez, Henrique Iglesias, X. Alberte Corral, Xosé L. Rodríguez, etc... É a primeira agrupaçom de resistência cultural criada numha cidade do Pais polos seus cidadaos, já que O Galo é conformada por estudantes universitários de todo o Pais em Compostela, naquelas datas era a única cidade galega com Universidade.
O grupo nasceu cos sinais de identidade da resistência contra o franquismo e da defesa da plena valia da língua e da cultura galega. Existia unha claríssima vocaçom política do que se fazia precisamente porque essa era toda a actividade publica com repercussons políticas que se podia fazer. A defesa da cultura e a língua galega é a cerna do que-fazer d?O Facho, que passou de fazer cultura de resistência nos anos da longa noite de pedra a se constituir hoje numha autentica mostra de resistência da cultura.
Desde os primeiros momentos O Facho destaca-se com os seus cursos de língua com apoio de alguns exemplares da ?Gramática do idioma galego? de Manuel Lugrís Freire. Estes cursos tivérom umha importância mui grande na Corunha;. Daquela o galego nom se escrevia apenas e estava expulso da sociedade ?bem pensante?, nem sequer tinha secçom galego a faculdade de Filologia de Compostela. Umha das figuras fundamentais dos cursos foi D. Leandro Carré Alvarellos quem dirigiu esta actividade. Os ciclos dedicados á cultura galega, os encontros nos que se tratava economia e sociedade, os concursos literários. O seu grupo de teatro criado nas primeira datas de existência da Agrupaçom do quem eram responsáveis Manuel Lourenzo, e Francisco Pillado, foi dos pioneiros em representar obras no nosso idioma, tanto de autores galegos como de outras nacionalidades ( Brecht, Ionesco...).
Na actualidade, O Facho é consciente dos desafio culturais do século XXI. Agora há que tentar ver o significado que pode ter hoje o sermos galegos num mundo globalizado. A ideia básica é que sermos galegos agora implica ser dumha maneira concreta numha sociedade mundial. Entre as iniciativas mais recentes é a criaçom do Facho de Ouro, um prémio para reivindicar galegos, o que amossa a própria agrupaçom é unha cultura que resiste. d’A Corunha.
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Agrupaçom Cultural O Facho
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