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Reproduzimos a transcriçom do discurso da companheira Rosa Casais durante o acto político do Dia da Galiza Combatente o passado 11 de outubro na freguesia de Miranda (Castro Verde, comarca de Lugo).
Para mais informaçom no web: www.nosgaliza.org
O Centro Social Henriqueta Outeiro agradece ter podido aderir a esta homenagem. NÓS-Unidade Popular, organizaçom política socialista da esquerda independentista, quijo render tributo à memória de mais umha de tantas galegas fusiladas, "passeadas", violadas, torturadas, roubadas, expulsadas, encerradas, assassinadas... O genocídio galego dos anos trinta e quarenta, que se prolongaria a seguir com menos crueldade, mas com o carimbo opressor da institucionalizaçom da ditadura fascista, mobilizou o nosso Povo para contrarrestar a ofensiva dos cans de assalto do capitalismo espanhol. Mas, como tantas vezes, perdemos. Tocou aprender da história, resistir, e tirar liçons para novos projectos.
Esses tempos permanecem, com algumhas excepçons, enterrados no cadaleito do passado inomeável. Porque a Galiza que germinava há 70 anos foi ceifada, aniquilada com a sentença de morte à naçom em marcha e mais o ostracismo das famílias, das amizades e dos companheiros e companheiras que permanecêrom no País. Com a passagem dos anos, até 40, o peso do tempo esvaeceu, como se repetiria nas ditaduras latinoamericanas, o recordo da construçom do poder popular. Das mulheres que se rebelárom contra a moral cristá; da galeguidade que avançava cara ao patriotismo sem complexos; das forças populares que alimentavam estruturas partidárias de toda a esquerda política, caminho da emancipaçom do gênero humano como meta.
O Dia da Galiza Combatente foi precisamente concibido para unir-nos arredor daqueles referentes para a nossa luita diária. Pessoas, datas e lugares que simbolizam um Povo que se fai respeitar. O nosso Centro Social deseja que este dia se assente, e contribua a essa tarefa que tanto praticamos nós, a de homenagear pessoas que crêrom que outro mundo era possível, e que quigérom participar da sua construçom. Porque essas som as pessoas imprescindíveis.
Nós vimos aqui em nome dumha Assembleia Aberta, assim a denominamos, porque dum local perdido entre as ruas compostelás quigemos construir algo mais do que um simples espaço de reunions de diversas entidades. Quigemos fazer um espaço onde assemblearmente podamos encontrar-nos pessoas da esquerda independentista e gente próxima aos parámetros políticos da INDEPENDÊNCIA, do ANTIPATRIARCADO, e do SOCIALISMO. E fazemos um duro trabalho quotidiano, o de levar adiante este Centro Social, para criar pontos de encontro nas cidades e vilas. Assim é que cremos em poder implicar mais gente e ilusionar-nos por dar pequenas batalhas sob o nome desta camarada, a Henriqueta Outeiro. Porque ela foi semente que permaneceu, viva e irreverente, até os derradeiros fôlegos, entregando antes e depois de que a besta fascista tronçasse a sua vida o seu sacrifício para a causa da revoluçom comunista.
A pesar da distáncia da nossa comarca com os lugares onde se desenvolveu a vida de Henriqueta, a sua origem popular na Galiza rural nom deveria ser motivo para esquecê-la. E agora, em Compostela, o seu nome é conhecido. A sua entrega vai-se conhecendo. E a sua actividade e identidade políticas devem conhecer-se. Porque só assim conheceremos o que este País foi, os filhos e as filhas que este País entregou à causa do internacionalismo proletário em diversos frentes, e o que nos ensinam do que este País tem que chegar a ser para nom viver ajoelhados ao domínio do passado, da burguesia, do machismo, e de Espanha. Para que nom se repitam os cenários que ceifárom o livre progresso dumha mulher combativa, e para que nom haja lugar a que os herdeiros do franquismo detentem o poder político.
Para que Galiza seja livre e nunca mais espanhola. Para que Galiza seja lilás e nunca mais violada. Para que Galiza seja vermelha e nunca mais explorada. Para isso lembremos Henriqueta Outeiro, e construamos um mundo onde nada do que ela padeceu volva ter lugar. Para que nengumha mulher rebelde tenha que ser resgatada dum passado escuro, senom que sejamos as mulheres rebeldes as que resgatemos o Povo do seu presente e futuro escuros. Por isso te lembramos, Henriqueta Outeiro.
Vivam as mulheres rebeldes!
Viva Galiza livre, socialista e nom patriarcal!
Umha magoa nom poder estar com vos“fisicamente este ano.Viva a Galiza combatente.Avante o noso povo trabalhador!
O CS Henriqueta Outeiro é umha iniciativa da esquerda independentista para se dotar de espaços próprios onde realizar actividades sem nengum tipo de entraves [+info]
Porque nos chamamos Henriqueta Outeiro
Em reconhecimento da luitadora revolucionária Henriqueta Outeiro Branco, símbolo do compromisso e entrega de milhares de mulheres e homens galeg@s à causa das liberdades e da justiça social.