As eleições presidenciais portuguesas ficaram marcadas negativamente pela vitória do candidato da direita. Cavaco Silva foi eleito, à primeira volta, por uma margem tangencial.
Verifica-se que os dois candidatos socialistas, os Srs. Manuel Alegre e Mário Soares, desenvolveram campanhas populistas e demagógicas. Trata-se, ambos, de políticos integrados no sistema e com pesadas responsabilidades políticas nos seus passados. Não merecem sequer o epíteto de "esquerda", que os media portugueses lhes atribuem.
O eleitorado comunista, juntamente com as demais forças democráticas e progressistas, deu um exemplo de lucidez e firmeza nestas eleições. Jerónimo de Sousa alcançou assim um excelente resultado, consolidando uma tendência ascendente em relação a eleições anteriores. Isso aconteceu apesar do silenciamento e da desinformação praticada pelos media portugueses.
No entanto, só quando os povos se tornam sujeitos da História é que ela pode avançar. Não se pode reduzir a sua actuação à mera participação eleitoral.