Como os meios e as grandes correntes deformam e manipulam o entendimento do massacre sionista em Gaza

11-01-2009

  01:34:33, por Corral   , 1151 palavras  
Categorias: Outros, Ensaio

Como os meios e as grandes correntes deformam e manipulam o entendimento do massacre sionista em Gaza

IAR Notícias
Por Manuel Freytas

Há uma categoria central e um ponto de abordagem comum que guia os objectivos da manipulaçom mediática com a matança judia de palestinos em Gaza: Demonstrar que nesse país nom há um massacre militar cometida por Israel , senom um "conflito" entre Hamás e Israel nivelados na mesma capacidade de destruiçom e de poder de fogo, ainda que um seja uma organizaçom de guerrilha urbana e o outro uma superpotência militar com poder nuclear.
Isto a sua vez remete a uma segunda categoria:
Em Gaza nom há uma operaçom sistémica de extermínio militar por ar, por mar e por terra, de uma superpotência militar contra um país indefeso, senom uma guerra entre "iguais".
Equiparam-se a Israel e a Hamás na mesma capacidade de destruiçom militar e se omite mencionar quem é o atacante (o invasor) e quem o atacado (o invadido).
O que gera uma terceira categoria:
Em Gaza, tanto Israel como Hamás, som culpados da violência e da morte. Tanto Israel como Hamás matam por igual e nas mesmas condições.
Se omite (esconde-se), em primeiro lugar, a avaliaçom e discriminaçom das cifras oficiais dos mortos causados por Israel, baixo a classificaçom genérica de "mortos causados pelo conflito" em Gaza.
Em 15 dias de ataques por mar, por ar e por terra, Israel matou a mais de 830 palestinos, feriu ou mutilou a mais de 3.550, um 80% civis, incluídos 220 meninos assassinados e outros 1.100 feridos.
Quando se difunde o total de mortos nom se aclara (se esconde) que Israel com seu bombardeios nom só matou e feriu a milhares de civis senom que ademais destruiu a infra-estrutura e milhares de moradias em Gaza, criando com o bloqueio uma situaçom de catástrofe humanitária que envolve a um milhom e médio de pessoas.
E nom se precisa que Hamás, com seus ataques às tropas invasoras e os disparos de foguetes artesanais, em proporçom só matou a 5 civis e 8 soldados israelenses, sem meninos entre as vítimas, e sem destruiçom em massa das cidades judias e suas infra-estruturas.
E esta nom diferenciaçom entre atacante e atacado, e a nom discriminaçom dos emergentes da destruiçom (quanto, como e porquê mata a cada um) conduz a uma quarta categoria:
Nom há que parar o massacre de Israel em Gaza, senom que há que parar o "processo de violência em Gaza" gerado por Israel e Hamás.
Este conceito manipulado (de "violência de ambos lados") é o que utilizam tanto EEUU, a Uniom Europeia ou seus "sócios árabes" para propor um cesse ao fogo tampando a condiçom de invasor e a autoria militar de Israel no massacre.
As quatro categorias enumeradas (simultâneas e interactivas), conduzem a uma conclusom:
Em Gaza nom há um massacre militar e um genocídio económico (por médio do bloqueio) perpetrado pelo Estado de Israel, senom um "processo de violência irracional" que envolve tanto a Israel como a Hamás, com responsabilidade compartilhada por ambas partes.
Em resumem, a manipulaçom gera um resultante:
A) O desaparecimento do papel de potência atacante e invasora de Israel em Gaza (o que lhe exime de ser acusado e condenado por crimes de lesa humanidade).
B.- O desaparecimento da superioridade abrumante de seu poder militar respeito de Hamás (que faz possível que se qualifique como "guerra" o que claramente é um massacre militar unilateral).
C) O desaparecimento da responsabilidade e autoria de Israel na matança em massa de civis, na destruiçom física de Gaza e na condenaçom a seu povo a padecer fome e desespero pela crise humanitária produto do bloqueio.
Ilustremos estes três níveis com um título, da quinta-feira passada, da CNN (a corrente insígnia que lidera a manipulaçom no "mundo hispano-americano"): "Israel desobedeceu à ONU, e continua sua guerra com Hamás. Os mortos já ascendem a 773".
Em síntese, os 830 mortos palestinos (80% civis) nom foram produzidos por catorze dias consecutivos de bombardeios judeus indiscriminados por ar, por mar e por terra sobre Gaza e sua populaçom, senom pela "guerra" entre Israel e Hamás.
Títulos deste tenor, reproduzem-se por milhões e a diário no resto das outras correntes mediáticas internacionais (televisivas e escritas), que ao mesmo tempo som "copiadas" pelas correntes e meios locais nos cinco continentes que se convertem em "repetidoras" das grandes centrais sionistas da "informaçom".
Em consequência, e a modo de "produto final", o que fica no cérebro manipulado do televidente ou leitor em massa (integrado) que se "informa" pela TV e os diários do sistema é:
"Em Gaza há uma guerra. E na guerra mata-se e morrem pessoas, de ambos lados".
Desta maneira, as grandes correntes e suas "repetidoras" locais a nível planetário converteram ao extermínio militar de Israel em Gaza (um genocídio impune a e cara descoberta, inédito na história da humanidade), numa notícia "burocrática" que se repete num título, num texto de 20 palavras, e sem análises nem comentários, a cada trinta minutos, e misturada (sem nenhuma valorizaçom) com os "destacados" diários sobre farândola, desportos e a vida dos ídolos.
O extermínio militar de Israel de Gaza, que já leva 15 dias consecutivos de bombardeio sobre populações civis, nom figura como "informaçom principal" relevante das grandes correntes, senom como um "agregado noticiário" no grande pacote da informaçom diária.
Conquanto está em todos os segmentos de notícias, nom conta com a relevância e a dinâmica de uma cobertura com corresponsais ao vivo nos diferentes teatros dos factos, com opiniões de testemunhas, protagonistas do massacre, relatando a tragédia ao vivo e ao vivo.
Mediante a deformaçom significante dos factos e a descontextualizaçom da linguagem (chamar "conflito" ao que na realidade é um massacre) as correntes alteram o entendimento do que está a suceder em Gaza e reduzem seu impacto na psicologia do televidente em massa.
Em seus titulares as correntes e os meios locais substituem as palavra massacre ou invasom (o que em realidade está a suceder) por "conflito", "confronto" ou "guerra", lhe tirando a Israel seu carácter de potência agressora.
De igual forma substituem a palavra "assassinato" (o que realmente está a executar Israel em Gaza) por "morte de pessoas", o que lhe tira o significante real ao genocídio militar israelense realizado sobre populações civis desarmadas.
Desta maneira, o Estado nazista de Israel e as comunidades sionistas do mundo podem dizer (sem que ninguém rodeie suas embaixadas, ou boicote e bloqueie seus bancos e empresas no planeta) que "Israel só se está a defender do terrorismo em Gaza".

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