Por quê sobreviveu a República Islâmica de Irám?

15-01-2010

  21:36:49, por Corral   , 693 palavras  
Categorias: Ensaio

Por quê sobreviveu a República Islâmica de Irám?

Rebelión

por Ervand Abrahamian

A Constituiçom da República Islâmica de Irám, com 175 cláusulas, transformou as aspiraçons gerais de bem-estar em promessas específicas que ficaram registadas por escrito. Prometeu eliminar a pobreza, o analfabetismo, a infravivienda e o desemprego. Também se comprometeu a oferecer à populaçom educaçom gratuita, acesso à atençom médica, moradias decentes, pensons de aposentaçom e de invalidez, e seguro por desemprego. A constituiçom declara que o governo tem a obrigaçom legal de proporcionar os serviços mencionados a todos os indivíduos do país. Em resumem, a República Islâmica prometeu criar um Estado do bem-estar em toda a extensom da palavra, no sentido europeu do termo, nom no sentido depreciativo empregado polos americanos.

Nas três décadas decorridas desde a revoluçom, a República Islâmica, apesar da sua pobre imagem no exterior, deu importantes passos para cumprir estas promessas, e fazer dando prioridade aos gastos sociais em frente aos militares, de maneira que ampliou de maneira espectacular os ministérios de Educaçom, Previdência, Agricultura, Trabalho, Moradia, Previdência e Segurança Social. Os gastos militares consumiam ao menos o 18% do produto interno bruto nos últimos anos do Shah, e agora se reduziram ao 4%. O Ministério de Indústria também cresceu devido em grande parte a que, entre 1979 e 1980, o Estado se apropriou de muitas grandes empresas cujos proprietários tinham fugido do país. A alternativa teria sido clausurá-las e provocar um desemprego em massa. Já que a maior parte destas empresas tinha funcionado unicamente devido às subvenciones do antigo regime, o novo regime nom tivo mais remédio que seguir subvencionando-as.

Após três décadas, o regime está cerca de eliminar o analfabetismo entre as geraçons posteriores à revoluçom, reduzindo a percentagem total do 53 ao 15%. A percentagem entre as mulheres diminuiu do 65 ao 20%. O Estado incrementou o número de estudantes de primaria de 4.768.000 a 5.700.000; os de secundária, de 2,1 milhons a mais de 7,6 milhons; os de escolas técnicas, de 201.000 a 509.000 e os universitários, de 154.000 a mais de 1,5 milhons. A percentagem de mulheres dentro da populaçom universitária subiu do 30 ao 62%. Graças aos centros médicos, a expectativa de vida ao nascer aumentou de 56 a 70 anos, e a mortalidade infantil desceu do 10,4 ao 2,5%. Também graças aos centros médicos, a taxa de natalidade caiu desde 32, o seu ponto mais alto, a 21, e a taxa de fertilidade a média de filhos dumha mulher ao longo da sua vida? de 7 a 3. Estima-se que este cairá até os dous filhos por mulher em 2012; em outras palavras, num futuro próximo, Irám estará cerca de atingir um crescimento zero de populaçom.

A República Islâmica de Irám diminuiu o abismo entre a vida urbana e a rural, em parte subindo os preços dos produtos agrícolas se comparamo-los com outros artigos de consumo e em parte introduzindo escolas, centros médicos, estradas, electricidade e água corrente no campo. pola primeira vez na história, os aldeaos podem permitir-se os bens de consumo, incluindo motocicletas e furgonetas De acordo a um economista que, em general, é crítico com o regime, o 80% das famílias rurais dispom de frigorífico, o 77% de televisor e o 76% de cozinha de gás. Umhas 220.000 famílias campesinas receberam ademais 850.000 hectares de terra confiscada à antiga elite. Estas famílias, junto a umhas 660.000 mais que tinham obtido terra durante a primeira Revoluçom Branca, formam umha importante classe camponesa que nom só se beneficiou destes novos serviços sociais, senom também das cooperativas subvencionadas polo Estado e das acavalas proteccionistas. Esta classe camponesa proporciona ao regime umha base social rural.

O regime também abordou os problemas da pobreza nas cidades. Substituiu as choupanas por moradias de renda baixa, arranjou os piores bairros e levou a electricidade, o água e a rede de esgoto aos bairros da classe trabalhadora. Segundo admitiu umha jornalista muito crítica para a política económica do regime, Irám converteu-se num país moderno com poucos signos visíveis de miséria. Ademais, complementou os rendimentos das classes baixas tanto rurais como urbanas com generosos subsídios em forma de alimentos, combustível, gás, electricidade, medicina e transportes públicos. O regime pode que nom tenha erradicado a pobreza nem reduzido significativamente a brecha entre ricos e pobres, mas proporcionou às classes baixas um sistema de ajudas. A pobreza diminuiu até um nível envidiável para tratar-se dum país em desenvolvimento com rendimentos médios.

Sem comentários ainda

Abril 2024
Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom
 << <   > >>
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30          

Busca

  Feeds XML

Ferramentas de administração

powered by b2evolution free blog software