Desconfiarei sempre de quem nom respeite a minha língua. Porque, ao faze-lo, demostra que nom me respeita a mim, e ao tempo também demostra que nom respeita um bem cultural essencial
Desconfiarei sempre de quem nom considere normal o seu uso institucional e simbólico, porque nom considera normal a minha realidade cultural e porque ademais pensa que tem direito a decidir o que é a normalidade, e curiosamente a normalidade é ele, e nom eu.
Desconfiarei sempre de quem diga que o meu problema nom é real, porque me fai de menos e porque pensa ter o poder de decidir o que é real, e casualmente também o é ele, e nom eu.
Desconfiarei sempre de quem diga que as línguas som para nos entenderes e nom para criar problemas e utiliza este argumento para criar problemas coas línguas.
Desconfiarei sempre de quem manipule aposta as realidades e ouse acusar as línguas perseguidas de serem as perseguidoras.
Desconfiarei sempre de quem veja como um gasto desnecessário a promoçom da minha língua e como um investimento imprescindível a promoçom da sua.
Desconfiarei sempre de quem queira acomplexar-me porque falo com naturalidade a língua dos meus pais.
Desconfiarei sempre de quem me negue a língua, porque me sinto comprometido com os que a salvárom para que eu lha poda ensinar aos meus filhos.
E procurarei enojar-me pouco, só quando me pareça normal e diante de ameaças que considere reais.
E sempre, sempre, plantarei cara.
Carles Capdevila, director do diário Ara