CANTA O MELRO: As noticias de Libia

28-02-2011

  10:58:11, por Corral   , 803 palavras  
Categorias: Ensaio

CANTA O MELRO: As noticias de Libia

As notícias de Líbia
Díaz Rangel

YVKE Mundial/ Eleazar Díaz Rangel
Domingo, 27 de Feb de 2011. 6:40 pm

Aprecio-me de ser um dos latino-americanos que mais estudou a circulaçom de notícias na regiom. No meu livro "A informaçom internacional na América Latina" demonstro como as agências de notícias (que desde o 12 de maio de 1876, quando assinaram um tratado para se repartir o mundo, por vez primeira incluíram a América Latina) executam as suas políticas informativas em harmonia com os interesses geopolíticos dos seus respectivos países. O que é bom para EEUU é bom para a AP e CNN; pode-se repetir com Inglaterra e a Reuters, França e a AFP e com a maioria das agências. Naturalmente, as mudanças na política mundial tenhem-se reflectido nos interesses das agências e serviços. Por isso, o senador Hiram Jhonson pode dizer em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, que a primeira vítima da guerra era a verdade. Verdade que segue sendo válida até os nossos dias, e que os acontecimentos de Líbia voltam a demonstrar.

Quase toda a informaçom que nos transmitem desses acontecimentos, em especial nos primeiros dias, esteve orientada a afectar à imagem do governo da o Kadafi e favorecer a quem se tenhem sublevado. Nom houvo nesses corresponsais o esforço por difundir a realidade de quanto ocorria. Difundiam espécies e rumores sem confirmaçom algumha. Procurar e escrever a verdade nom foi a norma ética de muitos desses jornalistas e meios.

De onde sacaram as notícias que "avions militares líbios bombardearam vários locais" de Tripoli, como informou Arabiya TV na segunda-feira 21 e que "ao menos 250 pessoas morreram na capital nos bombardeios do Exército do Ar contra os manifestantes" como transmitiu nesse mesmo dia Ao Jazira Nom apresentaram nengumha imagem dos efeitos dos bombardeios, e cinco dias depois nom as tinham para as oferecer. Algumha agência explicou que leais a Kadafi limpava as ruas, e acochado os entulhos! E como é que nengum edifício resultasse estragado? Todo isso o tinham dito "testemunhas" nom identificados, por suposto.

Essas "notícias" fôrom retransmitidas por todas as agências e se publicárom em centenas, milhares, diria, de meios de todo mundo, e as leram ou escutaram milhons, dezenas ou centenas de milhons, de pessoas em todos os países com acesso aos meios. E foram "analisadas" por articulistas e comentaristas de rádio e TV.

Nessa mesma linha de inventar as notícias, o mesmésemo chanceler britânico Willian Hage declarou que Kadafi voava a Venezuela, e outras "fontes nom identificadas, mas dignas de todo o crédito" inventaram a espécie de cubanos pilotando os avions que os militares líbios se negaram ao fazer para seguir bombardeando à populaçom civil. (E a propósito de bombardeios, as agências nom recordaram os de 1986, executados por avions USA, que causaram 60 mortos, entre eles, umha filha de Kadafi).

Em Líbia houvo umha importante reacçom contra o governo de Kadafi, que após 40 anos o tem contra a parede, e ao menos três importantes cidades no oriente do país, próximas aos poços petroleiros e oleodutos e gasodutos, fôrom tomadas polas forças rebeldes. Em Tripoli aparentemente existe umha situaçom de acalma, como reflectiu Telesur nas suas transmissons, mas as informaçons seguem sendo confusas. Até a sexta-feira, pese às exortaçons de um filho de Kadafi, parece que nom entrava jornalistas estrangeiros. A sua ausência dificulta a circulaçom de informaçons que permitam compreender melhor essa situaçom. Nom sê se a vocês, mas nos surpreendeu e confundiu mais que o próprio Kadafi anunciasse publicamente a presença da o Qaeda na zona controlada polos rebeldes e os talibans.

Por suposto que existem complexos factores internos e forâneos que nom estám alheios à caótica situaçom que vive esse país que conta com as maiores reservas de petróleo da África, e importante fornecedor de EEUU e da Europa. Nom está claro o papel que devem estar a jogar algumhas das poderosas tribos que existem nessa zona. Também nom se sabe como podem estar alinhados alguns dos filhos de Kadafi, como Seif ao Islam, nem quem controlam a produçom de petróleo. Quem dominam essas cidades orientais e qual é o papel que pode estar a jogar Ao Qaeda.

Quanto aos factores forâneos, Fidel Castro denunciou a possibilidade da intervençom da Nato, Washington consulta aos seus pares da Uniom Europeia para tomar acçons conjuntas.. A UE aprovou algumhas mas desconhecem-se as de ordem militar. Já orientam as acçons desde a ONU, e basta ler as declaraçons de chefes dos países mais poderosos para saber por onde vam os tiros. Fala-se da divisom de Líbia em três pedaços.

Parece possível a queda de Kadafi, com ou sem intervençom militar estrangeira, com a presença ou nom da ONU. Se isto ocorre, a presa maior será o petróleo líbio, um dos mais levianos do mundo, cobiçado polas potências ocidentais. De pouco valeram as exortaçons para que seja o próprio povo líbio o que resolva esta descomunal crise.

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