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Apresentaçom do livro "Teoria de Inverno. Os presentes do Apalpador"

13-12-2011

  15:01:33, por artabria   , 948 palavras  
Categorias: Actividades mês a mês

Apresentaçom do livro "Teoria de Inverno. Os presentes do Apalpador"

Na próxima sexta-feira, 16 de dezembro, apresentará-se no nosso local social o livro "Teoria de Inverno. Os presentes do Apalpador" editado pola Associaçom Cultural A Gentalha do Pichel. A autoria do livro é coletiva e conta com a participaçom de Jorge Paços, Andre Pena, Pepe Arias, Maria Iglesias, José André Lôpez, Andre Seoane , Mar Llinares, Carlos Calvo, Anjo Rua Nova e Jose Cadaveira.

Na apresentaçom, que começará às 20.30h, e na contaremos com a presença de vários membros da Comissom de Memória Histórica da Gentalha do Pichel projectarám-se também entrevistas a gente das montanhas galegas falando desta tradiçom.

Da Fundaçom Artábria queremos parabenizar aos nossos e as nossas irmás da Gentalha do Pichel por este grande trabalho divulgativo que ajudará a conhecer um pouco mais as nossas tradiçons e concretamente a figura do Apalpador.

Reproduzimos polo seu interesse o prólogo desta obra.

PRÓLOGO
Conselho Geral da Gentalha do Pichel

O livro que tés entre as maos nom nasceu nos gabinetes da faculdade de antropologia que nom existe, nem nos confortáveis escritórios dos membros do Conselho da Cultura Galega. Nom foi encomendado polo Instituto Padre Sarmento nem financiado pola conselharia de cultura. Nom foi apoiado polos departamentos de história da USC nem amparado pola área de cultura da deputaçom de Lugo. As fundaçons dos novos bancos e das velhas caixas nada sabem dele e o Conselho Galego de Museus tem mais cousas que fazer.

Este livro nom vem de cima. Nasce lá em baixo, no formigueiro, nos obradoiros da Galiza. Uns obradoiros situados nos baixos do País onde cada vez somos mais a trabalhar. Umhas, a prepararem manifestaçons e roteiros micológicos, outros, a organizarem cursos de costura e palestras, a celebrarem magustos e foliadas, a defenderem a terra e a língua, a construírem laços de solidariedade entre as trabalhadoras ou a coordenarem livros como o que aqui está.

Essa é a triste mas esperançosa realidade: umhas instituiçons culturais autistas (e negligentes) por um lado, e, por outro, umha massa de novas e novos militantes que, mais umha vez, decidem nom esperar por ninguém para porem maos à obra.
O Apalpador estava velhinho, cansado e quase a morrer, à espera de alguém que o ajudasse a recuperar os fôlegos. E foi graças a todas e todos nós, a quem escreve este livro, a quem prepara roteiros, centros de estudo e magustos, que se recuperou; porque ninguém mais tivo tempo nem interesse pola sua história. E em agradecimento, o nosso amigo Apalpador vai ajudar-nos agora a levantar um outro projeto que temos certeza que adora: a Escola de Ensino Galego Semente. Todos os benefícios tirados da venda deste livro irám, portanto, destinados ao seu financiamento.
A Teoria de Inverno é umha reflexom coletiva que pretende abrir caminho, ser a primeira pedra de um conjunto de estudos mais profundos, mais sistemáticos e mais alargados sobre a nossa identidade, mitologia e tradiçons. Nom se apresenta, portanto, como um produto final ou acabado, mas como a primeira tentativa de estudo multidisciplinar sobre um fenómeno poliédrico ?o Apalpador- que é abordado aqui de diferentes perspetivas: a perspetiva etnográfica do mito, a perspetiva social da sua recuperaçom e a perspetiva antropológica do seu papel na nossa sociedade tradicional e atual.

As diferentes investigaçons desenvolvidas neste campo por nós, as intuiçons que nos guiavam e as informaçons orais dispersas encontram assim, nestas páginas, um lugar onde se agruparem e onde poderem ser consultadas por curiosos e incrédulos.

Há já quatro anos que o Apalpador, o Apalpa-barrigas ou o Pandegueiro caminha connosco. Quatro anos que caminha ao pé de militantes, crianças e pessoas que acreditam que é possível construir outro natal e outro mundo.

Neste tempo fomos encontrando amigas, amigos e colaboradoras entusiastas, mas também, e é preciso dizê-lo, opositores frontais. Opositores que se apresentam como valedores das tradiçons autênticas, mas que na realidade som verdadeiros inimigos delas. Inimigos das tradiçons que pertencem ao povo, que estám ao seu serviço, que falam a sua língua, que tenhem a sua força e que conseguem existir sem pedirem licença aos poderosos.

O Apalpador é nosso porque fala como nós. Porque visita as casas de todas as crianças galegas sem se importar com que tenham nascido a um ou outro lado da serra dos Ancares ou do rio Eu. Porque gosta da nossa sociedade tal e como ela era sem vontade de a transformar num circo. Porque gosta das nossas paisagens, das nossas árvores, porque acredita no valor das comunidades e porque nom é preciso ser rico para receber a sua visita na noite de natal. Assim é o nosso Apalpador e assim permanecerá enquanto pertencer aos movimentos sociais.

Numha altura em que ainda fica muito caminho por andar e em que o trabalho divulgativo está em estado embrionário, a estandardizaçom do mito cobra a mesma importáncia que no ámbito lingüístico. E bem sabem disso os promotores oficiais das figuras de obrigado conhecimento. Umha iconografia única, umha mensagem coerente e clareza na informaçom sobre as particularidades da sua visita às casas som básicas para podermos unir vozes e imprimir força e segurança a esta recuperaçom. O perigo de desuniformizaçom da figura do Apalpador é grande, talvez por afáns de protagonismo, cepticismos e individualismos exagerados, e as suas conseqüências podem ser tam graves como a definitiva dispersom da lenda.
Com Teoria de Inverno pretendemos, humildemente, abrir umha linha de investigaçom sobre as celebraçons de inverno que ainda sobrevivem nos diferentes povos do mundo, heroicas, à máquina aplanadora de capitalismo em forma de Santa Claus de poliéster e de soidade televisiva em fim de ano.

O Apalpador é a história sobre a qual queremos construir o nosso presente e imaginar o nosso futuro. E com este livro coletivo esperamos ajudar a abrir esse caminho.

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Horário de Abertura
- Segundas a sextas 10.00h-13.30h // 17.30h-feche
- Sextas e Sábados 18.00h-feche

A Associaçom Reintegracionista Artábria, nascida em 1992 em Narom, transformou-se em abril de 1998 em Fundaçom, inaugurando em setembro desse mesmo ano o seu Centro Social.

A Fundaçom Artábria está declarada de Interesse Galego e classificada de interesse cultural, com o número de inscriçom 54 e CIF:G15645518.


Para saberes mais, lê a definiçom da Artábria na wikipédia + info

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