Porque temos memória recente: a commemoraçom do 12 de outubro foi oficializada polo régime fascista do franquismo em 1958, para celebrar o sucesso da conquista e evangelizaçom de América Latina com a sua prossápia habitual. Em nengum caso pretendia exaltar um inexistente "encontro entre civilizaçons" nem um descobrimento geográfico, senom jactar-se da dominaçom e sublimar o colonialismo.

Porque temos memória histórica: o que as potências europeias, e em particular a monarquia hispánica, realizarom em América Latina, só merece o nome de genocídio, o maior conhecido nunca pola Humanidade. Tratou-se dumha gigantesca operaçom de expólio, assassinato, escravitude e destruiçom cultural, que abreu em canal as veas de toda a América Latina com umha brutalidade extrema, no seu dia denunciada por Bartolomé de las Casas. Na Revira nom nos sentimos em absoluto próximos dos colonizadores, senom dos movimentos e governos populares que nos últimos anos reclamam denominaçons como as de Dia da Resistência Indígena ou Dia da Descolonizaçom, para commemorar a dignidade e o sangue derramado polos nativos e também avançar na real independência destas naçons, hoje submetidas a outro tipo de imperialismo.

Porque temos esperança no futuro: ao igual que as naçons americanas, que ganharam a sua primeira independência nos tempos de Bolívar, também os galegos temos de luitar com os nossos próprios meios para ganhar a nossa soberania e liberdade. Nada nos oferece esta tétrica festividade aos que arelamos um país livre no mundo. Nada temos que celebrar, e muito que reivindicar e polo que luitar.