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Este ano completam-se vinte anos de que um grupo de tolas e tolos trasanqueses se lhes ocorreu criar um centro social para o uso permanente do galego. Um espaço, que hoje sabemos, serviu e serve para criar galegofalantes na cidade mais desgaleguizada da Galiza. E que também tem servido, sem dúvida, de forma mais ou menos modesta para dinamizar a cultura na nossa comarca.
Vinte anos, com certeza com erros mas também com acertos, sendo independentes doa a quem doer e defendendo, na prática, outra forma de trabalhar.
Mas é claro que nom é suficiente abrir espaços de prática lingüística galega para garantir o presente e o futuro do nosso idioma. É precisa umha política lingüística decidida que inverta as tendências destrutivas que fam sumir a nossa comunidade lingüística.
Nos anos que levo militando nesta entidade tenho conhecido a muita gente interessante e aprendido muitas cousas mas a mais importante é, sem dúvida, a importância dos projetos coletivos. Fugindo de personalismos, ninguém é imprescindível mas todas somos importantes.
É por este motivo que nom queria deixar passar a ocasiom de lembrar a todo o pessoal que passou pola nossa sociedade. Muito especialmente ao companheiro John, umha dessas pessoas interessantes das que falava e que está nas que consideramos Boas e Generosas.
Mas hoje estamos aqui, por vigésimo oitava vez, incólumes, para lembrarmos e reinvindicarmos Carvalho Calero no aniversário do seu passamento. Figura sem a qual seria dificílimo entender a cultura galega contemporânea.
Reivindicamos Calero como membro histórico do nacionalismo, como antifascista, pensador, investigador, como dramaturgo, ou como poeta, que era como ele gostava de que o reconhecessem por citar algum dos motivos. Mas para nós, reivindicá-lo, é indissolúvel de reivindicarmos a sua visom internacional da nossa língua, principal ponto de friçom com o mundo oficialista.
Há mais de umha década que se vem denunciando que a casa natal de um dos mais importantes nomes da nossa cultura, nascido em Ferrol foi apodrecendo e caindo aos pedaços. Ano após ano desde 1991, a nossa e outras entidades homenageamos Carvalho Calero aqui, pedindo de maneira reiterada que os sucessivos governos municipais, de todas as cores, assumissem a restauraçom deste prédio mas o resultado dá nas vistas.
Queremos fazer extensiva, como sempre, a nossa denúncia ao estado geral deste bairro piscatório, o de Ferrol Velho, germolo da nossa cidade e que sofre umha decadência insuportável, ilustrativa do desleixo pola figura de Carvalho Calero e o desprezo que demonstram cara o nosso patrimônio, deixando-o cair abaixo enquanto desviam milheiros de euros na promoçom de culturas alheias à nossa.
Artábria, entidade que recolhemos grande parte do legado do velho professor, com certeza continuaremos trabalhando polo reconhecemento de Carvalho e a divulgaçom da sua obra, com ou sem Real Academia Gallega. Nom vamos ser nós, que demos carimbo ao stablishment para decretar o que deve ser recomendado e o quê ser defenestrado e condenado ao ostracismo.
Em Ferrol em galego!
Na Galiza em galego!