Se alguém perguntar
pela minha morada
eu respondo:
'A beira Este
da Via Láctea'.
Como uma nuvem flutuante
atada a nada
tão só me deixo ir
abandonando-me
ao capricho do vento.
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Esfarrapada e despedaçada, esfarrapada e despedaçada,
esfarrapada e despedaçada é a minha vida.
Alimento? Recolho-o da beira da estrada.
O mato e os arbustos ultrapassaram em muito o meu chapéu.
Muitas vezes eu e a lua sentamo-nos juntos durante toda a noite,
e mais de uma vez deixei-me perdido sobre as flores selvagens, esquecendo voltar a casa.
Não espanta que tenha deixado a vida em sociedade.
Como poderia um monge tão louco viver num templo?
(Ryôkan)