textura

seja esta a regra da aranha:

coser o corpo ao coração, a língua
às palavras e os ritmos

mascarar-se de espelho perante o espelho
ligar a luz do sol
e dar-se a volta

não espelhar-se em máscaras

percorrer as distâncias
-texto a contexto a texto-
sobre um fio de sangue

tecer com gumes a aranheira e

morder com força nas faíscas apanhadas

zafu

No centro do círculo
ninguém
apenas ar em vertical
e o ritmo
do coração do vento

(quarto de lótus, pé direito)
mudra

no topo da montanha
eu
transformando a cimeira em vale

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