acordar

soaram todos os despertadores
naquela hora em que disseste as palavras
-Distância! A distância!
e a ponta do alfinete
que separa o mundo do mundo
veio espetar-se no cérebro acordado
e inçar de dores as palavras ditas
como uma verdade atordoada

iluminaram-se espaços esquecidos
e só havia pó a pairar no espaço aberto
do quarto em que deixáramos a rocha
dura do coração

feita agora em areia
que apanharemos juntos neste balde
para fazer um castelo em que vivermos

mar

dói-me o mar
em cada tecla
o mar
em ondas sonoras
a sugerir teu nome
a ser escrito
no mar
em cada mar
de cada tecla
em que começa sempre o teu nome

de volta (e meia)

olá de novo
poesia....

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