XML error: Invalid document end at line 1, column 1

 

powered by open-source CMS software
Namorar ao contrário - 2

Aos poucos vou aceitando o facto de que não esteja. Guarda-me grande carinho, e até direi que amor. Era evidente que a coisa não podia continuar. Eu não podia renunciar à Galiza, e percebo melhor que ninguém que ela não deveria vir comigo, quando me calhar em sorte voltar ao país. Conheço demasiado bem a situação de estar fora do teu lugar. Assim as coisas, normalizando-se, namorando ao contrário, hoje acompanhei-a a procurar onde morar que eu não esteja. Uma situação curiosa, contraditória, bem longe de onde eu poderia imaginar-me, e de facto não pude enquanto acontecia. No Centro 14, organismo do concelho de Alacant para a juventude, têm uma bolsa de vivenda em que a Bàrbara acabou de inscrever-se. Telefonaram-na e lá fui eu para ajudar, rodeado de muita outra gente que queria ver o mesmo piso, tudo casais realmente jovens, à procura, suponho, de um lugar para compartilharem a vida. Apesar da situação realmente incómoda, acho que safamos bem. E ainda que eu me visse totalmente fora de lugar, apesar que talvez os dois estivêssemos a renegar do facto, ela de ter-mo pedito, eu de ter aceitado, demonstrou-se que podemos e seremos capazes de falar-nos, de querer-nos e ajudar-nos, ainda que seja de uma forma totalmente diferente.

17-01-2006, intimidades

2 comentários

Comentário de: O congro [Visitante]
O congro

Quizá fue una hecatombe de esperanzas
un derrumbe de algún modo previsto
ah pero mi tristeza solo tuvo un sentido

todas mis intuiciones se asomaron
para verme sufrir
y por cierto me vieron

hasta aquí había hecho y rehecho
mis trayectos contigo
hasta aquí había apostado
a inventar la verdad
pero vos encontraste la manera
una manera tierna
y a la vez implacable
de desahuciar mi amor

con un solo pronostico lo quitaste
de los suburbios de tu vida posible
lo envolviste en nostalgias
lo cargaste por cuadras y cuadras
y despacito
sin que el aire nocturno lo advirtiera
ahí nomás lo dejaste
a solas con su suerte
que no es mucha

creo que tenés razón
la culpa es de uno cuando no enamora
y no de los pretextos
ni del tiempo

hace mucho muchísimo
que yo no me enfrentaba
como anoche al espejo
y fue implacable como vos
mas no fue tierno

ahora estoy solo
francamente
solo

siempre cuesta un poquito
empezar a sentirse desgraciado

antes de regresar
a mis lóbregos cuarteles de invierno

con los ojos bien secos
por si acaso

miro como te vas adentrando en la niebla
y empiezo a recordarte.

Mario Benedetti (De verdade, que um poema para chorar nestes casos).

18-01-2006 @ 12:51
Comentário de: eugeniote [Membro]  

Obrigado.

18-01-2006 @ 14:38