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Ugio

Foto de Ugio (Caamanho, claro)

Disse o que disse. Não estou exactamente arrependido, ainda que duvide dalgumas das afirmações que fiz em seu dia. Também disse que lhe tenho grande estima pessoal. Não mentia. E ler agora a última entrada do seu blogue clandestino traz-me lembranças de tempos que vivo recentes e talvez comecem já a não sê-lo. Aquela reunião do Conseho Nacional de Estudantes Independentistas (procuro na net algo que diga respeito à minha antiga organização e encontro só uma foto de uma pintada no antigo blogue da Sabela) aquela reunião -dizia- num bar qualquer da zona velha de compostela, todos à volta de duas mesas juntadas para a ocasião, inclinados para a frente para podermos ouvir o que dizia o companheiro ou a companheira, porque todos falávamos baixinho para não sermos ouvidos não se sabe por quem, tal era a sensação de clandestinidade em que vivíamos submersos (ou pelo menos eu, reconheço). Parecia uma reunião da máfia, ironizou Ugio, já daquela com os pés na terra, apesar de ser o mais novo dos que lá estávamos. E quando eu e ele (e mais alguém?) morríamos de risa com a ideia, e outros companheiros pediam ordem para continuar a reunião, guardando de novo a compostura disse Ugio de novo entre risas "Está bem, tem a palavra o companheiro Cara-cortada". E já não pude continuar a reunião sem morrer de risa.

Tinha uma retranca de espantar o nosso Ugio. Alegra-me comprovar no seu blogue que ainda a conserva. Diz: "Umha brincadeira que nom faz maldita a graça ao Eduardo, por certo, porque nunca sabe se falo a sério ou nom (...)". Essa retranca. A mim passa-me por aqui. E tenho mesmo vontade de voltar a desfrutar dela e com ele. Na rua, é claro.

05-02-2006, intimidades

3 comentários

Comentário de: Oscar [Visitante]
Oscar

Caro Eugénio, venho sempre ao teu blogue. E embora nem sempre deixe mensagens, gosto também de trilhar essa tua escrita, esse perder-se ou achar-se entre a selva de vocabulário que nós, os seres humanos, vamos construindo desde a nascença. Mas tenho algumas curiosidades: 1) O que é ser um independentista? Tenho amigos galegos que já me disseram algo, mas ainda não estou certo do que seja; 2)Tu escreves em português ou galego?A mim parece-me mais o português europeu; 3) Há mais de uma norma para o galego?

Eu sou brasileiro mas vivo há seis anos em Portugal. Essa experiência afectou a minha ortografia e deixou-me no meio do oceano, às vezes uso as duas normas ortográficas: a brasileira, claro, me é mais sentimental; a europeia passa a ser a língua de trabalho - dividido pela mesma língua, é onde me encontro, amigo! Um abraço, de Lisboa

07-02-2006 @ 13:47
Comentário de: eugeniote [Membro]  

Amigo, Óscar, obrigado pela suas visitas. Também eu visito sempre o seu blogue e até coloquei, como verá, uma ligação a ele na coluna direita.

As questões que você me coloca talvez sejam grandes de mais para responder neste pequeno espaço.

Tentarei, no entanto, dar resposta breve, e portanto pouco concreta. Vou a isso:

1) Independentismo é aquela rama do nacionalismo galego que luta porque num futuro a Galiza tenha um estado próprio, deixando assim totalmente de depender da Espanha. É um movimento político, portanto.

2 e 3) Há com efeito, mais de uma norma para o galego. E o curioso do caso galego é que a escolha da norma leva implícita uma outra questão: a sua identidade. A intelectualidade galega tem estado a discutir muito tempo sobre esta questão: é a língua da Galiza a mesma que a de Portugal?. Segundo a resposta que cada grupo deu a essa pergunta, surgiram as respectivas opções normativas, que poderíamos resumir mais ou menos nas seguintes:

a) Non! O galego é unha lingua idependente do portugués, coa súa propia evolución e norma. Portanto a criação da norma (sobretudo a nível ortográfico) não deve depender da língua portuguesa. Contudo, se depender do castelhano não interessa. Esta é a opção mais estendida na oficialidade.

b)Sim, mas… a verdade é que os galegos nom nos sentimos mui identificados com Portugal, assim que, bem por umha questom estratégica, bem porque consideremos que tem de ser definitivo, cremos que a Galiza deve de ter umha norma própria dentro da Lusofonia, igual que tem o Brasil. Esta é a norma da AGAL. Mas eu, que também sou sócio, e muito activo, desta Associação, estou na outra opção

c) Sim. . E as particularidades galegas transparecerão inevitavelmente num escrito feito por mim. Como considero que galego e português são a mesma coisa, emprego a norma Lisboeta, ciente que talvez trasparecerão “galeguismos” no meu texto que continuará a ser na mesma totalmente português e 100% galego.

Quer dizer, o que eu escrevo tenta seguir as normas do português europeu, porque do meu ponto de vista o galego não é senao isso: uma forma de português, evidentemente europeu.

07-02-2006 @ 15:17
Comentário de: Oscar [Visitante]
Oscar

Caro Eugénio, obrigado pelos esclarecimentos sobre as minhas dúvidas. Agora já tenho uma ideia melhor formada sobre a questão política, linguística e de identidade galega. Agradeço também o “link” ao meu blogue. Tu és muito visitado porque pelo meu contador, aumentou o número de visitas ao meu blogue vindos da Espanha (o contador não marca a Galiza) e isso se deve a ti, com certeza. Um abraço

07-02-2006 @ 17:21