L'Escaparate

No pub de Rubém não se pode fumar. E, contra todo o prognóstico, está-se mesmo bem nele. Só falta gente. Mas à falta dela, tem uma boa colecção de cus feitos em cerâmica a servir de vasos e de cinzeiros (na entrada). (Bom, na verdade só tem dois, mas dão mesmo nas vistas e estão muito bem feitos). Ontem fomos lá Gus, Marina e eu. Rubém é realmente uma das pessoas mais interessantes que por cá tenho encontrado. Faz teatro e ajudou-nos a Gus e a mim no playback que fizemos da Década Presitgiosa no Alacant Desperta, representando Nunca Mais. (Bom, corrijo-me de novo, realmente ajudamo-lo nós a ele, fazendo de vedettes). Faz representações todos os dias no seu local, comentando a imprensa, mas nuns horários que não me permitem assistir. (Mágoa. Tenho certeza que estarão muito bem). Ontem esteve a mostrar-nos fotos da inauguração e de obras que representou em tempos. Só as suas caras (é principalmente um cómico) valem o preço do bilhete (seja qual for) multiplicado por vinte. É um tipo que já me caíra muito bem quando o conheci, e que não voltara saber dele até agora. É bom tê-lo localizado (e nunca melhor dito).

(E já agora, ontem tive sexo de baixa intensidade. Sim. Com Gus e com Marina, mas tive. Encerro parênteses).

Pelotari

Comprei "La Pelota Basca" de Medem há dois dias. Hoje vi-a, e é mesmo interessante. Muito menos rompedora do que eu esperava, depois de toda a polémica. Achei comezinha, mas está bem.

Medem emprega a metáfora da pelota para a política em Euskadi, e por isso coloca imagens do jogo entre entrevista e entrevista. A mim estas imagens fizeram-me pensar numa outra coisa.

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O periodo

Estou com o periodo, mais uma vez. Deitando contas, acho que me vem uma vez ao mês. Já me volto sentir só. Na verdade, estou a reparar que isso de estar só não passa de um nome, que o meu é estar simplesmente mal. Acontece quando reparo em tudo o que não fiz, ou o que não tenho, ou o que vejo impossível. Na Galiza vinha-me a miúdo, mas então combinava com alguém, tomava umas garimbas por aí, falava. E sempre tinha um abraço, bem na saudação, bem na despedida, bem durante a conversa. Sou abraço-dependente. Na Galiza era a combinação perfeita: passava tempo e tempo só, porque sou solitário por natureza, mas quando a solidão me assolagava, quando todos os projectos que me plantejo para mim podiam comigo, sempre havia alguém, quem quer que fosse, para falar do que quer que fosse. Se uns não podiam, podiam outros. Mas aqui não. Por isso quando me sinto mal, também me sinto só, e passa de quando em quando. Gus (meu caríssimo Gus) não pôde ontem combinar comigo. E acabaram-se as hipóteses.

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