na corrente de sangue o meu nariz procura
o lugar natural do seu alento
nervos de formigueiro a percorrer as pernas
e uma força inconsciente a me arquear os braços
que respiro pra fora inadvertidamente
tudo longe daqui onde o silêncio
se faz por baixo do umbigo
aqui
é tudo
e o vento espana a palavra
em que se inscreve o mundo circundante
em cima do travesseiro enrolado
o rabo a esvarar molezas
equilibra o castelo de cálices
o corpo
enrolado também luta
pela expansão das costas que mal podem
procurar o equilíbrio e a vertigem
de respirar para o abismo