Não há espiga

Digo eu todo o dia...

Não há espiga

(Foto tirada no Hospital do Íncio - Verão de 2005)

Caí...

Cinzeiro Mas conseguirei deixá-lo. Ontem passei o dia todo sem fumar e isso não é pouca coisa. Tive um par de enjoos durante as aulas, um par de taquicardias que duraram o dia todo, mas consegui não fumar absolutamente nada na escola. Não fumei de manhã nem de tarde. O difícil foi à noite, quando me sentei diante desta máquina tonta chamada computador. Na verdade, tinha começado a ver um documentário muito interessante (Del Roig al Blau - La transició Valenciana), mas vinha-me ao computador, voltava, ia para a cozinha, voltava, saí a comprar tabaco, voltava, fui outra vez ao computador, acendi um cigarro e já fiquei colado ao teclado, ao ecrã e ao cigarro. Isto foi à meia-noite e deitei-me por volta da 4:00. Fumei 10 cigarros. Demasiado. Mas na mesma foi pouco para um dia normal. Hoje já levo dois. Os últimos de hoje.

Ugio

Foto de Ugio (Caamanho, claro)

Disse o que disse. Não estou exactamente arrependido, ainda que duvide dalgumas das afirmações que fiz em seu dia. Também disse que lhe tenho grande estima pessoal. Não mentia. E ler agora a última entrada do seu blogue clandestino traz-me lembranças de tempos que vivo recentes e talvez comecem já a não sê-lo. Aquela reunião do Conseho Nacional de Estudantes Independentistas (procuro na net algo que diga respeito à minha antiga organização e encontro só uma foto de uma pintada no antigo blogue da Sabela) aquela reunião -dizia- num bar qualquer da zona velha de compostela, todos à volta de duas mesas juntadas para a ocasião, inclinados para a frente para podermos ouvir o que dizia o companheiro ou a companheira, porque todos falávamos baixinho para não sermos ouvidos não se sabe por quem, tal era a sensação de clandestinidade em que vivíamos submersos (ou pelo menos eu, reconheço). Parecia uma reunião da máfia, ironizou Ugio, já daquela com os pés na terra, apesar de ser o mais novo dos que lá estávamos. E quando eu e ele (e mais alguém?) morríamos de risa com a ideia, e outros companheiros pediam ordem para continuar a reunião, guardando de novo a compostura disse Ugio de novo entre risas "Está bem, tem a palavra o companheiro Cara-cortada". E já não pude continuar a reunião sem morrer de risa.

Tinha uma retranca de espantar o nosso Ugio. Alegra-me comprovar no seu blogue que ainda a conserva. Diz: "Umha brincadeira que nom faz maldita a graça ao Eduardo, por certo, porque nunca sabe se falo a sério ou nom (...)". Essa retranca. A mim passa-me por aqui. E tenho mesmo vontade de voltar a desfrutar dela e com ele. Na rua, é claro.

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