De porque os galegos somos todos negros...

Há tempo que não passava por este blogue meu, e há tempo que não deixava nada por aqui colado. Não vou enganar ninguém: é provável que não volte por aqui também em bastante tempo. Mas chegou-me ao correio electrónico este vídeo que demonstra de forma tão clara o porquê de os galegos sermos todos negros, e não queria deixar de publicar para nos horrorizarmos todos e todas. Às vezes é necessário, nem que seja só para lembrar onde estamos.

Intra!

Tudo acontece dentro. Por trás dos olhos está a visão do mundo. Voltei ao peito de pedra granítica chamado Galiza e no percurso caíram as muralhas. Agora é Intra!, a casa no umbigo do corpo, como a arte de Fabiana Barreda que ilustra esta janela ao mundo.

Contramanifiesto pelas línguas comuns - algumas ideias

O já famoso manifesto de um grupo de intelectuais espanhóis, com Fernando Savater em cabeça, e o apoio do partido Unión Progreso y Democracia de Rosa Díez em segundo plano, foi apresentado no passado dia 23 em Madrid. Desde esse dia, tem recolhido já milhares de apoios individuais e colectivos, até de meios de comunicação que depois quererão passar por imparciais(1 e 2, que eu saiba). Para dizer verdade, isto não espanta num país como a Espanha, com a rémora do franquismo ainda tão recente (por mais que insistam e negá-lo), e uns meios de comunicação constantemente a perpetuar o desconhecimento, por parte do cidadão espanhol, da situação linguística nisso que chamam "comunidades bilingues".

O manifesto parte de uma falácia que cai pelo seu próprio peso para qualquer pessoa que more ou tenha visitado algum dos territórios em questão: diz-se que o castelhano está em perigo. Porém, não é bem disso que quero falar. É que, para além dessa falácia inicial, o manifesto está cheio de muitas outras falsidades que têm a ver com a natureza do fenómeno linguístico, apesar de ter uma redacção cuidada que tenta dissimular essas carências, caindo muitas vezes numa total imprecisão. No fundo, também isto não espanta num colectivo (os autores e os assinantes do manifesto) que nunca viu perigar a sua própria língua, e portanto nunca teve de pensar nessa chave. Mas já que estas pessoas se dão ao luxo de intervir publicamente num assunto tão delicado como a política (e planificação!) linguística, não resisto a dar-lhe umas indicações básicas a este respeito, comentando o seu manifesto.

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