Há umha certa luz incomprensível na distáncia
Um cadaver na rede
Já sabes o que é um ?cadaver exquisito?: esse texto, com vontade literária, escrito a vários maos por diversas pessoas, no que sucessivamente vam aportando novas partes para esse escrito.
A proposta que agora te chega é participar na realizaçom dum plural cadáver esquisito na rede e em rede. A partir dum primeiro verso (?Ha umha certa luz incomprensível na distáncia?), diferentes pessoas iram acrescentando as suas palavras para a construçom dum poema, de muitos poemas. E como? Pola rede, pola internet, por meio dos correios electrónicos.
Este, que é o primeiro envio por correio electrónico, chegará a vários contactos. Se queres participar, terás que, primeiro, acrescentar um novo verso, e, depois, copiar e curtar todo este correio (junto com o verso que tu aportes) e colá-lo num novo envio de correios electrónicos a todos os contactos que tu desejes, sem limite de número, e acrescentando o teu nome. As pessoas que recebam o teu correio, simplesmente deveram fazer novamente o mesmo: aportar um verso, copiar, curtar e colar, e enviar a novos contactos, acrescentando o seu nome baixo o teu.
Qual será o resultado? Pois um bom numero de poemas distintos, ou um só poema extenso, escrito por várias pessoas mas sem um só autor ou autora que poda dizer que é seu. Umha demostraçom de que a literatura é de todos/as e de ninguem, de que é um grande trabalho colectivo no que todas as pessoas aportam, podem e devem aportar.
As únicas condiçons que há nesta rede que começamos a construir, neste proceso de criaçom experimental (ou será processo experimental de criaçom?), som:
- Todas as aportaçons deveram ser feitas em galego-português (independentemente de qualquer normativa).
- Cada vez que algumhas das pessoas que participem aportem o verso número 10, 20 30,..., deverám enviar também ao meu correio electrónico umha cópia do correio (junto com o poema, evidentemente) que enviem aos seus contactos, para ir levando um control do crescimento da rede que colectivamente imos tecendo, e intentar evitar que em algum momento se perda umha das linhas de crescimento do texto.
- Umha mesma pessoa poderá participar quantas vezes desejar nesta construçom em rede, sempre e quando lhe cheguem correios de participaçom. Podem-se, por suposto, enviar corrreios a pessoa que já tenham participado na mesma linha de crescimento ou noutra distinta.
- Os envios nom tenhem porque ser feitos exclussivamente a ?poetas?. Qualquer pessoa com interese pode ser convidada a participar. Durante a Revoluçom Sandinista em Nicarágua, publicavam-se tantos livros de poesia, que havia um piada que dizia: ?Em Nicarágua todo o mundo é poeta até que se demostrar o contrário?. Acreditemos nisso: todas as pessoas somos capazes de ler, escrever e jogar com a poesia, quando menos até que se demostrar o contrário.
- A construçom deste cadaver nom tem limites nem de tempo nem de extensom: mentras haja participantes, o texto seguirá vivo e este e a rede seguiram a medrar. O primeiro envio, ponhamos por exemplo, será feito a 20 pessoas. Essas 20, aportarám o seu verso, e encaminharam a mensagem a outras, digamos também por exemplo, 20 pessoas. Já temos caminhando pola rede 20 ?cadáveres? distintos, 20 linhas de crescimento, que seguiram a medrar e a se multiplicar sem parar, se essa é a vontade das pessoas participantes. Por isso, para que nom se perdam no proceloso mar das redes virtuais, será útil que cada vez que se completem 10, 20, 30,... versos, se faga um envio ao meu correio electrónico (ilugrisarrrobahotmailpontocom) (lembra substituir as palavras arroba e ponto polo seus caracteres).
- Permite-se a cópia, o plágio, o calco, e a aportaçom inspirada em obras doutras pessoas (participantes ou nom nesta rede).
- No momento no que algumha(s) linha(s) de crescimento deste variado, diverso e plural cadáver deixem de medrar, colarei-na(s) no meu blog, e farei um envio com ela(s), deixando que as linhas que ainda sigam activas continuem o seu caminho.
- Quando rematará o proxecto? Nom se sabe. Sempre que haja quando menos umha pessoa que participe, que aporte um novo verso ao cadáver que lhe chegue polos correios, o proxecto sigue vivo. Quando, depois de tempo e tempo, deixe de receber aportaçons, recopilarei todos os textos que me foram chegando, e colarei-nas no blog. Também, no caso de ser possível, procurará-se fazer umha ediçom em papel. Para isso é que se deve aportar o nome das pessoas que vaiam participando: para que depois na ediçom em papel fique constáncia das pessoas que participarom na criaçom do texto.
Ficas portanto convidada, convidado, a participar nesta obra colectiva, que começa agora, ou melhor dito: que começará definitivamente no momento no que acrescentes a tua aportaçom e fagas chegar este correio aos correios que tu desejes.
Lemo-nos na rede. Vemo-nos na literatura. Omnia sunt comuna!
(Escreve a tua aportaçom aquí embaixo)
Ha umha certa luz incomprensível na distáncia
Igor Lugris
Adorei a ideia. Já recebi e já reenviei. Mas advirto-te que tu és um dos destinatários. Como uma mesma pessoa pode participar várias vezes… ;-).
Parabéns pola prática da ideia, Igor. Outros também temos pensado nessa ideia mas não tivemos a coragem de a levar para a frente.;-)
Já recebi e já reenviei a muitos contactos.
Muita poesia!
Onte, cara esta mesma hora, mais ou menos (as 8′00 AM), lançamos os primeiros correios do Cadáver na Rede, e colamos neste blog o texto.
Hoje, tenho notícia de, quando menos, 9 linhas vivas deste cadáver, no que já tenhem participado, segum as informaçons que me foram chegando, 15 pessoas (algumhas delas, já aportaram mais dum verso, pois as linhas começam a se mesclar entre os correios dos e das participantes).
Com esta vitalidade, o cadáver será, além de esquisito, longo e feliz.
Avante toda!
unha idea mui bonita igor, no meu correo xa hai catro versións distintas do cadaver;) o animal medra rápido e grande!
un bico
Boa iniciativa.
Recibín unha versión, sumeime á iniciativa e chuzeina. Agardo con ansiedade ver como crece esta obra.
nom sei se gosto da ideia… mas aderim…
afinal espero tenha sucesso…
mas nom sei… tenho dúvidas.
artur
Filipa: admite-se participaçom portuguesa e do mundo inteiro, sempre e quando as colaboraçons venham em galego-português. Polo demais, o cadáver nom é meu, e de todos, de todas, e de ninguém. Todo o mundo pode apropriar-se dele, ninguém pode posui-lo.
Avante!
A min chegoume. Reenvieino. Mais non aparece por ningures. Supoño que haberá camiños que se corten. Os meus deberon cortarse todos.
Participei, aínda que non se vexa.
¿Cantos camiños inacabados se producirán?
Meu deus, que vertixe!
Igor, no programa “Libro Aberto” da TVG
de hoje 21 de Maio falou-se um chisquinho
do teu cadáver esquisito. Saíam imagens
da página (eu estava a zapear, apanhei
uns segundos do final). O vídeo estará
disponível em WMV aqui:
http://www.crtvg.es/TVG/Videos.asp
Não sei se fazem reemissão do programa.