Segum vem de informar há uns minutos a Radio Universidade de Coimbra, o sacristam de Coimbra foi detido esta mesma tarde, 1 de Abril, por orde da Chefatura da Polícia daquela cidade, por ter-se dedicado a realizar diabruras, dirigir rituais diabólicos, organizar missas satânicas, etc...
A hierarquia eclesiastica portuguesa nom tem feito ainda declaraçons ao respeito, mas transcendeu aos meios que as acusaçons contra o sacristam som ter realizado umhas dez mil diabruras nos últimos anos, tais como molhar o pam em azeite, deixar os santos a escuras, ou mesmo conhecer mulheres (no mais biblico sentido do termo) com a excusa de que o mar também tem mulheres, pois está casado com a areia e lhe dá beijos quantos quer...
No seu poder foi atopado um espray de cor vermelha, que a polícia científica está a analisar, por se for o mesmo com o que alguém escreveu nas paredes da Sé Velha de Coimbra a frase "Eu quigera ser merlinho e ter o bico encarnado, para fazer o meu ninho nos teus cabelos dourados", que parece ser umha mensagem cifrada para um ritual de invocaçom satânica que se ia celebrar nos próximos dias.
Cidade de províncias.
Madrugada dumha sexta feira ou um sábado.
Pub com música excessivamente alta, e grandes televisons.
Reggaeton e cousas similares infinitas.
E, de súpeto, dous argentinos cantando "Galicia cada dia mais linda, cada día melhor e melhor"...
Multiculturalidade, mestizagem ou confusom?
Nestes dias nos que se fala de Sarrionandia, rescato o poema/cartaz da torradeira de pam que falava com versos seus.
Neste poema, a torradeira recita primeiro uns versos de Roque Daltom, e mais tarde outros do Sarrionandia.
O poema fijo parte da "Poesia para ver/Poesia para ler", e antes disso foi publicado no Livro das Confusons, editado em Dezembro de 2006.
Umha das vezes
a voz saiu da torradeira do pam
Já sabedes
esse aparelho que torra o pam
com umhas resistências eléctricas
Ele
como todas as manhás
ia almoçar
e meteu as fatias de pam na torradeira
e carregou no botom
Nesse momento
a torradeira começou a falar
?Nego-me a acreditar nos venenos. Desde a conquista espanhola o meu povo ri idiotamente por umha grande ferida. Quase sempre é de noite...?
Ele gostava do pam no seu ponto justo
No que ele considerava o seu ponto justo
3 minutos
Aos 3 minutos as fatias de pam saltárom
e a torradeira deixou de falar
Ficara os três minutos absorto
a escuitar a torradeira
Sem pensar
pegou em duas novas fatias e meteu-nas na torradeira
Carregou no botom
Novamente falava
?O viageiro encaminha-se através da espiral embora nom
lembra quando e onde penetrou.
Supom que o caminho tem forma de espiral...?
Novamente aos 3 minutos saiu o pam quente
torradinho
tal e como ele gosta
Instintivamente
deu-lhe à rodinha até os 6 minutos
?O pam sairá mais torrado?
pensa
?mas a voz nom parará tam rápido?
Mete as fatias
desejoso de ouvir novamente aquela voz
espectacularmente preciosa
que lhe fala
a ele
Carrega no botom
Passam as horas
A escuitar a voz
Qualquer empresa presente na Galiza e que tenha um serviço de atençom telefónica aos seus clientes, deveria de dar a oportunidade de configurar essa atençom telefónica na nossa língua, em galego.
Nom todas as empresas oferecem essa possibilidade, e isso deberia ser umha cousa a denunciarmos constantemente de todos os sectores interessados na normalizaçom da língua galega.
Mas nom só. Exigir um serviço telefónico na nossa língua, também é umha forma de defender os postos de trabalho na nossa terra: as empresas onde podas configurar a tua conta como cliente para ser atendido sempre em galego, nom poderam contratar essa atençom com outras empresas (os call centers) de fora do país, porque nom teram gente que poda atender em galego.
Assím, se em todas as empresas com as que tenhas relaçons telefónicas, configuras o teu perfil de cliente para ser atendido em galego, estarás contribuindo a que haja postos de trabalho nos call centers das nossas vilas.
Por exemplo, se es cliente de Vodafone, e exiges que te atendam sempre em galego, serás atendido por pessoas galego-falantes que trabalham numha cidade da Galiza irredenta.
Mas o mesmo sucede com outras empresas: Movistar, Orange, R, Gas Natural, Endesa, Iberdrola, BBVA, Nova Caixa Galicia, etc, etc...
Para defender a língua, para impedir que as empresas "deslocalizem" a produçom: exige ser atendido na nossa língua.
Vou escrever
Se calhar um poema
Para quando tenha que dizer
que ainda escrevo
Um poema cheio de palavras
e de silêncios
Que diga poucas cousas
mas que tenha algum significado
Vou escrever
Se calhar qualquer cousa
que poda parecer
um texto
Assim
ante essa incomoda
e impertinente pergunta
poderei dizer
que sim
que ainda escrevo
Se calhar
um poema
Esqueceremos os nomes todos
os nomes de todos
e de todas
as cousas
mas as cousas seguiram a ser
as mesmas
todos seguiram a ser os mesmos
com novos nomes
e os nomes todos
seram novamente esquecidos
Se vai ser hoje
que seja
Que seja o que for
Que venha e esteja
Mas nom digas mais vezes
que vai ser
que vai ser
que está por vir
Nom o deixes estar
Nom o deixes estar
Se tem que estoupar que estoupe
e se vai ser hoje que seja
É um bom dia para um final
Melhor que amanham
Se vai ser
hoje
que seja com certeza
Que estoupe
Que rache
Que remate
E vai ser
Será
E melhor hoje
que é um bom dia
para um final
Quê complicado resulta
estar dentro de Fora
Na parte interior do além
Quê complicado resulta
estar fora de Dentro
Na parte exterior do aquém
Porém
nunca estivem dentro
e por enquanto nom estou fora
Nom tem sentido escrever um poema novo
quando ainda o anterior nom está rematado
Faltam-nos tantas e tantas palavras que acrescentar
Tantos ritmos internos que procurar
Tantas metáforas ainda pertinentes que estabelecer
Faltam-nos tantos significados por descobrir
Nom tem sentido escrever um poema novo
quando ainda nom fomos capazes de escrever o anterior
Quando ainda nom tivemos a oportunidade
ou a capacidade a habilidade
ou se calhar a audácia
para continuarmos a escrever o poema anterior
que ficou na memória repetindo-se insistentemente
aguardando um final
Faltam-nos tantas batalhas que ganhar
Nom tem sentido escrever um poema novo
quando ainda temos que dizer novamente o que já está dito
fazer o que já está feito
demonstrar o que já mostramos
Ser o que já somos
Nom
Nom tem sentido escrever um poema novo
quando ainda temos é que escrever os mesmos versos
para continuar berrrando as mesmas palavras
e fazendo as mesmas pintadas
Por isso digo que nom
(que nom tem sentido escrever um poema novo)