02-07-2008

  16:50:30, por Lugris   , 356 palavras  
Categorias: Escrever nom é mau, Bi-lhei

No ponto certo das cousas

A mao, esta mao que te procura
instala-se no ponto certo das cousas
cara ao jogo do riso na Galiza libertada
pola cidade sem ramplas nos passeios. Imos
Abraço a desorde das ideias
Foi preciso para isto nascer e regressar?

Um espasmo de luz incéndia o bosque
No reverso do mar nom há raizes
Confeso que estou tola: Eu vivo no telhado
eu elegim lugar e arquitectura
levantade umha torre
Nos pés das estátuas os cans mejam
Tenho alucinaçons multicores

O caminho é o mesmo
página em branco para punçar de novo
ainda que nom haja oxigénio nem mar
e a torre nom se revele como o caminho do inferno
Mas no meio e meio do trajecto
que parece um compéndio do universo
todo, excepto a beleza, se contagia
Umha cidade ergueita sobre as águas dum rio

Nom há como voltar a umha cidade amada
que se asemelhe ao ruido compartilhado
no cal vivo da água
Sei perfeitamente que todo está aquí
a cabana imortal dumha memória
Do lugar exacto
quero aprender a sair
precisamente para nom sair
e asumir também essa traiçom
ou abandono este verso no meio da rua
um nome recurtado sem sentido
destas ruas que sobem e baixam

A minha língua saberia voltar
e nom saberia dizer onde perdeu as chaves
Sair polo outro lado
mas é que além disso
renace da escuma das águas albinas
que compunham o quadro da cidade
polos bulevares da vissom. Sigue-me
como som as cousas que nos ham acompanhar já sempre

E ficou a televisom prendida
para a minha contemplaçom
quando nada se verque sem mim
Que o alcatram penetre
as frias baldosas do nosso amor

Escrito em Março deste ano 2008, para ser incluido num livro com motivo do 800 aniversário da cidade da Corunha, coordenado pola AELG. O poema é meu, o título é um verso de Luisa Villalta, e os versos som de Luisa Villalta, Xela Árias, Pilar Pallarés, Marica Campo, Marta Dacosta, Maria do Cebreiro, Yolanda Castaño, Emma Couceiro, Estíbaliz Espinosa, María Lado e Ana Romaní.

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