Se soubesse escrever
um poema como um blues
escreveria o blues do proletariado
Ou melhor ainda
da proletária
A mulher trabalhadora
que na fábrica
na cadeia de produçom
durante dez ou onze horas
sem se poder mover
e comendo
ás agachadas
umhas pequenas bolachas salgadas
que leva nos bolsos do fato azul
todos os días
repassa as melodias e as letras
que nas noites das sextas e o sábados
interpreta
com o seu grupo
num pequeno local de jazz
dumha cidade atlántica
cheia de metal força e esperança
Um poema publicado no livro colectivo "Dez por Dez" (Abrente Editora, Abril de 2007). Um livro compartilhado com Artur Alonso Novelhe, Suso Bahamonde, Maria Lado, Kiko Neves, Carlos Quiroga, Baldo Ramos, Concha Rousia, Séchu Sende e Ramiro Vidal, e que iniciou a Colecçom Literária "Cabeça de Égua" dessa editora.
Mais, como sempre, no meu estudo-apartamentinho. Entrada livre e gratuita.
Francamente, paréceme cursi e tópica a primeira parte do poema.
Lucas/Glenda: lamento-lho. Mas, a que se refire pola primeira parte? O primeiro verso? Os dous primeiros? Os cinco primeiros?
Quê mudaria? Acrescentaria? Suprimiria? Interesa-me a sua opiniom.
Obrigado pola visita.
Cursi porquê? É um magnífico poema. Realmente conmovedor…