Hoje, 28 de Junho, Dia do Orgulho LGBT, comemora-se também o quinto aniversário da Concentração Anti-Caspa que, tal dia como hoje de 2002, convocou a extinta Assembleia da Língua em protesto pola encenação, na Galiza e em castelhano, de Los viejos no deben enamorarse de A. R. Castelao.
Para celebrá-lo publicamos em Angueira de Suso um texto que, em forma de rascunho, jazia esquecido desde aquela no disco rígido do meu computador. Junto com o antedito texto e o cartaz da convocatória publicamos um par de fotos inéditas até hoje.
Castela-a-a-a-a-ao!!!
Contra as suas últimas vontades, em 28 de Junho de 1984, os restos de Castelao eram trazidos a Santiago de Compostela desde Buenos Aires. Não era a primeira vez que Castelao era traido. Nem seria a última. Tal dia como aquele, dezoito anos mais tarde, Castelao era traduzido em Santiago de Compostela. Trazido, traduzido, traido... O traidor (taduttore, traditore) nesta ocasião chamava-se Xesús Alonso Montero.
A Assembleia da Língua convocara, perante o Auditório da Galiza, em Santiago de Compostela, uma Concentração Anti-Caspa em protesto pola representação -polo CDG em parceria co Centro Dramático Nacional e o Centro Cultural de la Villa de Madrid- de Los viejos no deben enamorarse. Em chave irônica e ao mais puro estilo americano -arredor de si- as pessoas participantes na concentração denunciaram esta nova aldragem a Castelao e à nossa língua. Cinqüenta pessoas segundo a organização convocante, dez pessoas segundo La Voz de Galicia e meia dúzia segundo Xesús Alonso Montero secundaram a convocatória.
A Concentração Anti-Caspa fora concebida pola Assembleia da Língua como uma manifestação ao mais puro estilo americano. Sabemos polos filmes norte-americanos que as manifestações lá não são como cá. Nos Estados Unidos da América as pessoas manifestantes não vão em procissão detrás duma faixa de cabeceira, como é costume por estes lares, senão que dão voltas arredor de si portando pirulitos (e lemas) individuais.
Como complemento, e como na farsa de Castelao, @s activistas anti-caspa levavam os seus rostos cubertos por caretas. As caretas que estas pessoas levavam representavam o rosto de Castelao com a boca aberta. Na boca fanada de Castelao, ao jeito do célebre Risitas, um triste e solitário dente: ?¡¡¡Cuña-a-a-a-a-ao!!!? ?Castela-a-a-a-a-ao!!!?
Guerra de cifras
?Dez persoas secundaron a convocatoria da Assembleia da Língua e desde media hora antes do início do espectáculo protestaron con caretas perante o Auditorio, onde era a representación, e había forte presencia policial. A parodia pasou ás reprobacións dirixidas ó público que chegaba para presenciar o espectáculo?, dizia La Voz de Galicia no dia a seguir (Sábado, 29 de Junho de 2002). Pola sua parte, Xesús Alonso Montero escreve, também na Voz, dias depois (Quinta-feira, 4 de Julho de 2002): ?...asisto, en Santiago, á representación de Los viejos no deben enamorarse, cobizoso de oí-la miña traducción, e, ó entrar no teatro, media ducia de mozos (con carauta, como na farsa de Castelao), recíbenme cunha pancarta en inglés (sic) en que me chaman ?heroe?.
A explicação (desta guerra de cifras) é que nem todas as pessoas que secundaram a convocatória da A.L. participaram ativamente na ?Concentração Anti-caspa?. Desconfiando da eficácia da ironia como arma -ou quiçá simplesmente dos seus dotes para a arte dramática- algumas pessoas preferiram o confronto direto co escaso público assistente ao ?espetáculo?. Infelizmente foram estes incidentes os que deram à A.L. capa de jornal (na edição local compostelana de ?La Voz de Galicia?) pola primeira e última vez na sua breve história :-(
"Alonso Montero Is Our Hero"
Na coluna que publicava em La Voz de Galicia uma semana depois (Castelao en castelán, QUI, 04-JUL-02, pág. 13) Xesús Alonso Montero ?suponhia? que a gente o recebera como um heroi porque seica em 1975 passara muito medo quando, pola culpa de Castelao, a polícia espanhola o retivera na estação ferroviária de Leão (Espanha).
Equivocava-se Dom Xesús, equivocava-se. Não tinha nada a ver com esse facto (que, por outra parte, nós desconhecíamos) nem com uma outra coluna do polifacético Swan We Sam Say Shahs (João Guisan Seixas), intitulada Does do as bird add s the All on so Mount Hero (Das duas verdades de Alonso Montero) e publicada no número 917, de 13 de Janeiro de 2000, d?A Nossa Terra.
Como digemos (e como pode ver-se na fotografia superior direita) na Concentração Anti-Caspa não havia uma faixa principal (Xesús, que afã de protagonismo!), senom numerosas cartolinas individuais com diferentes lemas, entre os quais ?Xesús Alonso Montero is Our Hero?.
Palavras de Ordem
Para além da citada por Alonso Montero na sua coluna, outras palavras de ordem escritas sobre as cartolinas e/ou coreadas de viva voz naquela tarde foram: CASTELA-A-A-A-A-AO / CASPA YA / NO-E-RA-SIN-TIEM-PO / CARMIÑA BURANA, ARTISTA GALEGA / VIVA, VIVA, VIVA, MANOEL GUEDE OLIVA / COMO MOLA, A NOSA ?ZARZOLA? / EN GALICIA EN CRISTIANO / AHÍ ESTÁ, AHÍ SE VÉ, SI VIVIERA CASTELAO ESTARIA EN EL PP / EN CASTELLANO LO ENTIENDE TODO EL MUNDO / YA ESTÁN A PROTESTAR ?LOS DOS DE SIEMPRE? / EN BUENOS AIRES EN GAXEGO, EN GALIZA EN CASTEXANO / ?OJO DE VIDRIO?, DIENTE POR DIENTE?
Canção-protesto
Para a ocasião também foram adaptadas letras de músicas da Transición española (?Vota por el Centro / vota libertad / vota por el Centro / Dramático Nacional?; ?Cedegá, Cedegá / sin ira Cedegá / guárdate tu lengua / gallé-é-gá / porque hay Cedegá /sin ira Cedegá / y si no lo hay / sin duda la habrá?) e ainda a letra de Lela, de A. R. Castelao: ?Pérez Varela, Vareliña por quien yo muero, quiero mirarme en la pupila de tus ojos. No me dejes y ten compasión de mi. Sin ti no puedo, sin ti no puedo vivir...? Tão-pouco podiam faltar ?La Rianjera? nem uma adaptação da hispano-eurovisiva ?Europe is living...? (?Los viejos no deben...?) ??a cellebration? (??enamorarse?), que com tanta arte defendera a Rosa de España naquele ano :-p
Escrito em 28-06-2007,
na categoria: LA QUESTIONE DELLA LINGUA (degli coglioni)
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Bottle yeah House all in a absent row drum attic o!
Croios detector: Agora sim! Snif, snif! ;-)
O Padín: Licht, mehr licht! X-)))
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