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      Minhocas

      Minhocas

      Jonás, Antia, Linda, Aldán e mais eu no ?minhocário? do Assentamento ?Terra Vista? , MST-Bahia (Domingo, 19 de Agosto de 2001). Fotos: Mónica Puga.

      Em 18 de Maio de 2006 o meu amigo Post Scriptum publicava no seu magnífico blogue homónimo, hoje infelizmente inactivo, um nom menos magnífico artigo, intitulado Preconceitos, que começava dizendo:

      Muitos membros da confraria reintegrata temos um pequeno mito privado ou historieta que nos serve para explicar por quê escrevemos assim. Por exemplo, O?Sanma sempre conta que a epifania - aqui poderia falar-se de queda do cavalo, ou de madalena de Proust, ou de pílula de Matrix segundo as (p)referências culturais de cada quem - aconteceu quando um pescador do Rio Grande do Sul lhe contou que ía apanhar minhoca. ?Uma língua que chama minhocas às minhocas nom pode ser outra língua?, pensou o meu colega.

      Nos comentários a esse artigo o aludido O?Sanma reconhecia a paternidade da lapidária frase e matizava:

      8 o'sanma Maio 21st, 2006 at 4:29 pm
      Por alusões. Nunca estivem no Rio Grande do Sul. O mais perto que estivem foi no Paraná, o terceiro Estado da República Federativa do Brasil começando por abaixo. Mas, com efeito, a frase (?uma língua que chama minhocas às minhocas nom pode ser outra língua?) é minha?

      9 o'sanma Maio 21st, 2006 at 4:29 pm
      ?Cheguei a esta conclussão quando, encontrando-me no Assentamento Terra Vista (MST, Bahia) na companhia de outros dous bons amigos nossos, M.P.V. e A.S.C., tivem a oportunidade de visitar um ?minhocário? (...) A historieta é um bocado longa para ?comentá-la? aqui. Talvez crie o meu próprio blog e talvez a conte alí inteira.

      Em 31 de Maio de 2006, exactamente dez dias depois de deixar estes comentários no blogue do Post Scriptum, O?Sanma abria ?oficialmente? as portas do seu próprio blogue: Angueira de Suso. Porque, com efeito, por se alguém ainda nom o sabia, O?Sanma nom é outro que o Sanmartin, o Suso Sanmartin, um servidor.

      Mas passaram os dias, as semanas, os meses e as minhocas nom assomaram a cabeça por aqui! Houvo que esperar quase um ano (onze meses menos doze dias, exactamente) para que pudéssemos ler em Angueira de Suso a primeira referência a estes vermes anelídeos, da família dos Lumbricídeos.

      Minhocas no Constantinopla

      Foi em 18 de Abril de 2007, nun artigo, intitulado Porquê sou reintegrata?, em que publicávamos a versom extendida dum texto que, na sua versom reduzida, saira no primeiro número da nova época digital do Constantinopla. Eis o último parágrafo do texto em ambas as duas versões:

      Contudo houvo nessa evoluçom pessoal um ponto de nom retorno. Esse momento produziu-se durante a visita que, no domingo 19 de Agosto de 2001, figem ao ?minhocário? do Assentamento Terra Vista, do MST, na Bahia. Mas essa é umha outra história. Umha história que o meu amigo J.R. Pichel me fijo repetir tantas vezes que quase cheguei a aborrecé-la. É brincadeira, ?uma língua que chama minhocas às minhocas não pode ser outra língua!?

      Suso Sanmartin, Porquê sou reintegrata?, Angueira de Suso, 18 de Abril de 2007.

      Com efeito, fum eu quem durante uma visita ao minhocário do Ass. Terra Vista, do MST, na Bahia, dixo: "Uma língua que chama minhocas às minhocas não pode ser outra língua!" Mas essa é outra história.

      Suso Sanmartin, Porquê sou reintegrata?, Constantinopla Nº 19 (Primavera 2007), pág. 3.

      Fernando Venâncio e as minhocas

      No dia 12 deste mês recebim um e-mail, significativamente intitulado minhocas, em que junto com certo link o meu amigo Eduardo S. Maragoto me enviava estas afetuosas palavras:

      Olá rapaz, tivérom êxito as tuas palavras (nom te preocupes, alguns sabemos que fôrom e som tuas, ainda que já pronunciadas aquém e além oceano) :)

      O link era a um recente artigo, intitulado Carta a Marina por causa do galego ? 1, do escritor, crítico literário e colaborador do Portal Galego da Língua Fernando Venâncio. Para a minha enorme surpressa (e regozijo) no quinto parágrafo da sua epístola o professor Venâncio dizia:

      Certo dia, um brasileiro de visita à Galiza deu-se conta de que uma minhoca se chamava ali tal e qual como do outro lado do Atlântico, e pronunciou as imortais palavras: ?Duas línguas que chamam minhoca à minhoca têm que ser a mesma?.

      Apesar de que esse ?brasileiro de visita à Galiza? nom podia ser eu (mais que nada porque eu sou galego, um galego que ?isso sim- sempre que pode vai de visita ao Brasil) e apesar de que neste caso a citaçom nom era literal (a diferença do que acontecia com a do amigo Post Scriptum) parecia evidente que (como o amigo Edu dizia no seu e-mail) as citadas ?imortais palavras? eram minhas.

      Mas pode ficar descansado o amigo Eduardo porque, longe de preocupar-me, a leitura do imprecisso relato do Fernando Venâncio encheu-me de alegria e produziu-me umha enorme satisfacçom. Com as suas pequenas ou grandes imprecissões tanto ele quanto o amigo Post Scriptum (nom houvo nesta história pescador gaúcho nengum; o único pescador que nesta história houvo -e há- é do Morraço, chama-se Suso Sanmartin e é o meu pai*) conseguiram conferir a esta minha historieta minhocária um carácter lendário francamente divertido. Muitíssimo obrigado a ambos!!! :)

      Escrito em 28-02-2008, na categoria: LA QUESTIONE DELLA LINGUA (degli coglioni)
      Chuza!

      6 comentários

      Comentário de: Ernesto [Visitante]  
      Ernesto

      O mesmo pensei eu.

      Um bocadinho mais abaixo, na epístola 5, parágrafo 3, o susodito Venâncio diz:

      “Grafado em espanhol, ou em cirílico ou em ideográfico, o galego será, sempre e ainda, a nossa língua.”

      A respeito do galego ser português ainda se escreverem em cirílico, kanjis ou ideogramas… há muito também a dizer.

      É engraçado porque um poderia pensar que realmente é o português o que está a ser invadido por uns quantos galegos ainda e ainda andarmos à minhoca.

      Apertas para ti e recordações para o Pichi.

      29-02-2008 @ 11:00
      Comentário de: suso [Visitante]  
      suso

      Galego, portugês, brasileiro etc. som a mesma língua… e amanhã (SÁB, 01-MAR-08) no Porto (http://galizaemtransito.wordpress.com/) teremos umha boa ocasiom de comprová-lo! Um abraço pra ti também, amigo Ernesto! :-)

      29-02-2008 @ 14:07
      Comentário de: Ernesto [Visitante]  
      Ernesto

      Aguardo muito invejoso uma reportagem do Porto.

      Abraço,

      Er

      03-03-2008 @ 08:58
      Comentário de: suso [Visitante]  
      suso

      Eu também aguardo! Embora nom tam invejoso quanto tu porque eu sim que tivem a sorte de poder ir lá! Talvez algumha pessoa da organizaçom do evento (as/os nossas/os comuns amigas/os José Ramom, Óscar, Raquel e Sabela) se anime a escrevê-la! Um abraço, Er! :-)

      04-03-2008 @ 00:15
      Comentário de: compostela [Membro]  
      Compos

      (Sou Uz, mais uma vez logado como Compostela)

      Bem-querido Suso, já podes começar a registar tudo isto num livro para presentear os netos num futuro longínquo e demonstrar(-lhes) que formas parte da história viva e mitologia oral deste país :D

      «Duas línguas que chamam minhoca à minhoca têm que ser a mesma»
      (Suso Sanmartin, um galego a falar desde o Brasil :D)

      04-03-2008 @ 20:12
      Comentário de: suso [Visitante]  
      suso

      Muitíssimo obrigado, bem-querido Uz!!! Deste país… e de parte do estrangeiro!!! Hahaha!!!

      04-03-2008 @ 22:05