* Isto seria, no Estado espanhol, no mínimo, difícil:
Oportunidades em mirandês
Dois candidatos ao programa Novas Oportunidades, de S. Pedro da Silva, em Miranda do Douro, obtiveram, ontem, o certificado de equivalência ao 9º ano de escolaridade, com a particularidade de serem os primeiros a desenvolver todo o processo em mirandês. Albertina de São Pedro, 62 anos, e Luís Silva, de 40, apresentaram o projecto final perante o júri de certificação do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) do Centro Novas Oportunidades do Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros.
O percurso começou há um ano, por vontade dos formandos em fazer do mirandês uma língua capaz de entrar num projecto de vida desta dimensão, por se tratar, nos dois casos, de uma forma de comprovar competências adquiridas ao longo da vida. "Eu só avançava com o processo se fosse em mirandês. Desde pequena que falo mirandês e entro em agonia quando vejo as pessoas a colocá-lo de lado. Por mim, sempre que posso, falo com amigos e familiares em mirandês, é a minha língua materna", assegura Albertina.
Os candidatos levaram os portefólios, elaborados ao longo do processo, com as suas histórias de vida, em sessões igualmente faladas em mirandês, apenas com um pequeno texto intrudotório em português.
Segundo Alfredo Cameirão, orientador de curso, o processo também constituiu um desafio para o Instituto Piaget e para a Agencia Nacional para a Qualificação. " Não podemos colocar de lado este projecto, já que abre uma nova possibilidade para a língua mirandesa", observa Alfredo Cameirão.
José Luís Fontela queixa-se de perseguição
Presidente da Comissão Galega do Acordo Ortográfico pede asilo a Portugal
O presidente da Comissão Galega do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, José Luís Fontela, disse hoje à agência Lusa que pediu asilo político ao Governo português, como primeiro passo para pedir nacionalidade portuguesa.
?Quero liberdade. Pedi asilo político para que não me tirem direitos, liberdades e garantias?, disse José Luís Fontela, advogado, poeta e escritor, acusando os serviços de informação espanhóis de ?controle de correspondência? e ?sequestro de livros?.
Fontela, natural da Galiza, referiu que vive em Portugal ?desde 1992?, primeiro em Viana do Castelo, depois em Valença, onde ainda tem residência oficial, e agora em Braga, onde quer continuar a viver.
O pedido de asilo político, enviado por carta ao Conselho de Ministros, é o ?primeiro passo? para pedir a nacionalidade portuguesa, mas José Luís Fontela aceita outro estatuto. ?Se me derem estatuto de apátrida, fico contentíssimo?, salientou.
O advogado e poeta afirmou que desde os nove anos que lhe chamam ?separatista?, por ser republicano, tal como o seu pai, e defender o Português como língua oficial e nacional da Galiza. ?Defendemos a língua portuguesa como língua oficial da Galiza. É uma linha cultural. Aqui não há nada de político?, frisou, afirmando-se ?republicano, federalista, democrata e socialista?.
José Luís Fontela referiu que enviou da Galiza vários livros de poemas, de linguística, de pintura e de escultura para pessoas de outros países, como a Alemanha e o Brasil, mas não chegaram ao destino. A seguir, fez o mesmo a partir de Portugal, e os livros chegaram, pelo que concluiu que os serviços de informação espanhóis, que apelidou de ?polícia política monárquica?, estão a fazer ?controles de correspondência? e a ?sequestrar cartas e livros?.
Fontela disse ainda que anexou ao pedido enviado ao Governo português uma carta dirigida ao ministro do Interior de Espanha em que denuncia os alegados sequestros de correspondência
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