HELENA TALHO (1953-2005)
Militante independentista e ativista incansável do movimento sindical, vicinal, feminista e anticapitalista. Participou decidida e conscientemente na História Popular da Galiza. Hoje, o exemplo de Helena, inspira a prática vital das que interpretamos o valor do seu compromisso como um convite para a luita que prossegue anos depois do seu passamento; a realidade do nosso povo confirma a necessidade social e ética de cultivar a memória do seu legado.
Por motivos laborais, viu-se na obriga de migrar a Madrid onde entrou em contato com o sindicalismo e a esquerda estatal. Desde esse momento, nunca abandonou a prática política e sindical, mas soubo enveredá-la (quando regressou à Terra) polos vieiros emancipadores e antipatriarcais da Libertaçom Nacional e Social. Seguindo este norte integrou-se em todas as iniciativas que constituírom o projeto revolucionário do independentismo desde os anos 80.
Impulsionou o feminismo no ámbito das Mulheres Nacionalistas Galegas e militou politicamente na Frente Popular Galega. Nas Juntas Galegas pola Amnistia luitou incansavelmente polos direitos d@s pres@s polític@s e praticou o internacionalismo solidário oferecendo apoio @s prisioneir@s basc@s recluid@s em cárceres galegos. Fixo parte da Plataforma pola Paz, do Centro Social Alto Minho e do Clube Valle Inclán.Fundou umha associaçom vicinal para a proteçom do casco histórico onde ela sempre viveu, candidatou-se várias vezes nas listas da Assembleia do Povo Unido, colaborou ativamente na histórica campanha em que, esta organizaçom (a APU) na que militava, divulgou o projeto de Constituiçom para umha Républica Galega independente, foi representante das trabalhadoras e trabalhadores da sanidade e desenvolveu a sua atividade sindical na INTG e na CIG. Ainda, participou na Marcha Mundial das Mulheres e no movimento antiglobalizaçom dumha perspetiva anti-imperialista que tinha perfeitamente clara, foi membro da Direçom Nacional de Nós-UP; liderou, como sindicalista,a greve do Hospital Geral de Lugo do ano1987, envolveu-se ativamente na luita para deter o derrubamento do Grande Teatro e a construçom do Carrefour nas margens rio Minho.
A biografia de Helena reflete a trajetória exemplar dumha trabalhadora galega que projetou a sua honestidade em todos os âmbitos da vida. Tanto no quotidiano, quanto no épico, procurou Helena reconhecer os caminhos, heroicos, que transcendem os limites da sociedade patriarcal na que viveu.
No entanto, Helena nunca procurou reconhecimento, muito ao contrário combateu a indulgência dumha perspetiva crítica e muito ácida às vezes, dirigida sobretudo a três atitudes que ela aborrecia: a passividade, o dirigismo, e o machismo. Todo ativismo lhe parecia pouco, desconfiava da burocracia nas organizaçons, e aginha reconhecia a reproduçom do patriarcado nas estruturas em que, porém, necessitava integrar-se para luitar.
As mulheres do Madia Leva lembramos a esta mulher, feminista, independentista e comunista lucense que defendeu com firmeza as suas ideias. Nós recolhemos o seu legado.
Poderám morrer as pessoas, mas jamais morrerám as suas ideias.
Helena Talho, corajosa.
Helena Talho, luminosa.
Helena Talho, generosa.
E nós, ORGULHOSAS!
