os limites da menta

19-02-2007

RECORRÊNCIAS

os limites da menta

Antecipadamente, mesmo antes de lerem o texto, podem-me chamar de maluquinho. É justo. Eu mereço. Estou prestes a defender ideias que nenhuma mente esclarecida poderia sequer contemplar. Mas eu contemplo e mesmo assim não me dou por insano. Afinal, aconteceram-me. E continuarão a acontecer.

Um dos mitos fundadores do maluquismo é o de que os maluquistas (vulgos malucos ou maluquinhos) ouvem vozes internas. Ou seja, apesar de ninguém estar a falar com eles, eles ouvem alguém. Eu nunca oiço quem quer que seja. Mas oiço coisas. Oiço o toque do telemóvel, por exemplo. Em alturas de muitos telefonemas (principalmente quando telefonam e eu não quero atender), oiço o eco do telemóvel ao longo do dia. Claramente, sem interferências. Parte das minhas férias na Suomi foram passadas a tentar ignorar um toque maldito. Mesmo depois de mudar de toque o eco continua por vários dias. Ainda agora telefonaram-me e eu estava longe, e minutos depois ouvia o eco do assobio do Kill Bill na minha cabeça. Assim como uma sinfonia privada. Muito bizarro.

Outra bizarria que me sucedeu foi, por uma única vez, ter pedido à minha mente para voltar atrás, como quem faz rewind numa cassete. Estava não sei aonde a fazer não sei o quê e começa a soar um sino, naquelas típicas batidas de hora certa. Eu tenho desde sempre o hábito de contar através do agrupamento de números. Conto quatro a quatro. Agrupo cada quatro números, e assim vou contando mentalmente. A meio do toque do sino eu pensei nas horas que seriam. Nove horas. Voltando atrás, consegui relembrar quantos grupos de quatro toques já tinham soado (dois), e assim consegui antecipar o nono toque. Não me perguntem como fiz isto. Eu mesmo não sei.

Por último a mais tenebrosa. Acordei a meio dum sonho em que alguém me torturava ou algo assim. Sei que berrava de uma maneira bem definida. Acordei assustado e continuei a ouvir os berros. Devia estar a berrar em voz alta, alguém ouviu e agora goza comigo. Mas eu moro sozinho, os meus berros nunca seriam ouvidos pelos vizinhos e eu tinha a certeza que não tinha berrado durante o sono. E subitamente apercebi-me que aquele som não vinha de outra divisão ou de outra casa. Vinha da minha cabeça. E foi assim que um sonho se prolongou para a realidade. E assim apanhei um susto de meia noite (a meio do dia).

BLOGADO ?S 19:09:44

1 comentário

Comentário de: maria [Visitante]  
maria

:)

28-02-2007 @ 18:22
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